Trivialidades 212

Avulsos

Peter Gabriel faz “recriações” de músicos notáveis

O que eu dava por um Chagallzito

Exposição “É proibido proibir” no MUDE
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Pensamentos líquidos 103

Intensidade

Estou cá, mas não estou. Entre um artigo da Economist que devo ler para me inspirar para um trabalho que devo fazer e a entrevista do Lobo Antunes à Y, perco-me. Entro no mundo de quem gosto de ler. No seu mundo hermético com poros enigmáticos.

Entro, incógnita, por um desses poros. Não me faz sentido nenhum (algum) ter que ler sobre rendibilidade e alteração da composição do financiamento dos bancos, quando há o Lobo Antunes. Adoro Lobo Antunes “to pieces”. Adoro esta sensação. Vivo para este fascínio por temas, por verdades. Mas às vezes está tão longe e eu sobrevivo esquecida do importante. Nem sempre se está preparado para o importante. Porque o importante tem que excitar como louco, o importante tem que causar uma inquietude de fazer doer. A intensidade do interesse.

Às vezes penso nos momentos. Nesses momentos. Em que senti essa “coisa”, essa excitação pelas ideias. Não há nada como essa intensidade de partilha. Tenho medo.

Porque cada vez acontece menos. Menos. Menos. É tão raro. Mas. Hoje aqui, a tentar trabalhar, mas excitada com uma entrevista. Uma entrevista. Frases soltas, quase incoerentes. Mas, ah, a excitação. Adoro esta intensidade excitada por ideias quando vêm dentro de pessoas. Só podem aparecer dentro de pessoas. Umas quantas. Tão poucas. As pessoas da partilha. Da verdade. As pessoas sem histórias.

Este é o sentimento raro que se opõe ao tédio. Talvez seja a sua raridade que lhe traz a preciosidade, o valor. Mas viveria melhor, viveria em plenitude, se pudesse ter estes laivos de intensidade diariamente. Como agora, por exemplo, em que escrevo. Escrevo sem objectivo. Escrevo sem motivo? Mas escrevo porque preciso. Escrevo pela excitação de compreender a excitação sentida. E escrevo. Escrevo. Escrevo estas palavras que vão pingando dos meus dedos. Adoro escrever a esta velocidade louca, de quem não quer perder ideias, palavras. Ideias. De não perder a excitação.

Mas a excitação é fugaz. Voa. Voa. Etérea. E eu esforço-me para a agarrar com as minhas palavras.

Lobo Antunes chamar-me-ia patética se lhe contasse isto. Teria razão.


«Também torce o nariz a que lhe falem de personagens, a propósito deste último livro (de qualquer um).
- São símbolos de verdades mais profundas, não são pessoas. O que interessa são as palavras. Se eu quisesse contar histórias, contava. »
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Trivialidades 211

Quoth the raven

nevermore.
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Trivialidades 210

Surpresa

E não é que eu estou a sentir uma simpatia por um... um... um... ÁRBITRO de futebol! É o rapaz jeitoso (e grande... e atlético... e... e...) que está a arbitrar o Porto - APOEL.
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Trivialidades 209

Oops
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Ultimamente faço atendimento telefónico. Sou um género de linha 24 para assuntos relacionados com liquidez (de bancos). E isto cansa. Não obstante, à medida que o tempo vai passando, estou a tornar-me uma profissional. Lido com estes telefonemas com uma leveza e destrezas mental e linguística que não tinha no início.
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Mas, na verdade, nem era isto que vos queria dizer. Pois, não era. Queria falar-vos de lapsos de linguagem e de pontaria.
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Ora, respondia eu hoje a mais umas dúvidas e a destreza linguística gerou esta frase genial "exacto, isso é o fluxo do período". E enquanto dizia esta frase crescia em mim uma imensa vontade de rir. Mas mantive-me séria, como se falar de menstruações fizesse parte de qualquer conversa de gestão de liquidez.
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Trivialidades 208

Auto-incentivos

(e não, não são incentivos à compra de automóveis!)

Abrir o blog próprio para ter umas fotos do Joseph Fiennes à mão enquanto se trabalha em algo aborrecido.
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Trivialidades 207

Ciclo hunks - Joseph Fiennes




[The hunkiest Shakespeare possible]

Homenagens 52

Reminiscências
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Ouvi dizer que o nosso amor acabou
pois eu não tive a noção do seu fim
pelo que eu já tentei
eu não vou vê-lo em mim.
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[Ornatos Violeta, Ouvi dizer]

Recomendaçõe 43

Just Breathe and The End – Pearl Jam



Provavelmente as minhas duas faixas preferidas (de momento) do Backspacer.

Há uma parte em mim que se sente atormentada por achar que o Eddie Vedder está a perder mais cabelo do que aquele que cresce, como se isso fosse, nele, impossível.
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Trivialidades 206

O que ficámos a saber nesta noite eleitoral II

(agora a sério)
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- Derrota da (ex-)Presidente da CM de Leiria, Isabel Damasceno (PSD) e vitória de Raúl Castro (PS): já sem o meu voto (que reside em Lx agora);
- Vitória com 62% de Luís Filipe Menezes (PSD) em Gaia: goste-se ou não do estilo do sr., 62% é assinalável, se comparado com 25% do segundo candidato.
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Trivialidades 205

O que ficámos a saber nesta noite eleitoral I
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O pai de Manuel Pinho fez nascer António Costa; e
O pai de Rodrigo Guedes de Carvalho fez nascer Bárbara Guimarães.
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Pensamentos líquidos 102

Obama, Nobel da paz?

Um Nobel da paz atribuído a Obama deixar-me-ia contente. Quando, depois de dois mandatos, ou até antes, os actos e as ideias por ele defendidas mostrassem como ele era meritório deste tipo de reconhecimento.

Mas esta atribuição, agora, não me deixou, realmente, contente. Eu acho que este foi o dia em que a Academia decidiu armadilhar um bocadinho mais o percurso de Obama (e.g.). Um caminho que, convenhamos, não é fácil.

Mas, na verdade, o que mais me irrita na atribuição deste prémio são as condições criadas para a crítica fácil. Para o “não sei o que é que ele fez em menos de um ano”, ou para “há tantas pessoas por aí a lutar há tantos anos”, ou ainda para “Ele não é assim tão bom, a comparação é que era demasiado má”. Porque todas estas afirmações podem até ser verdade, mas o prémio foi-lhe atribuído sem ele o solicitar e agora mais do que a crítica à academia, parece fazer-se a crítica aos “small achievements” de Obama. Porque não foram “small”.

E, no entanto, eu acredito. Acredito que, ainda assim, Obama irá estar à altura das expectativas que criou sobre si. E acredito, ademais, que ele É, mesmo hoje, digno do prémio. Mas esta pressão extemporânea e este convite à crítica eram tudo menos necessários.

Pensamentos líquidos 101

Escolha no Irão: ousar ou morrer.

Lembram-se das manifestações no Irão, aquando dos resultados das "eleições" que, alegadamente, reconduziram d'Ahmadinejad no cargo de presidente da “república”? Estão a ser punidas já, para além das encarcerações. Ali-Zamani, um dos manifestantes, foi hoje condenado à morte por um “tribunal” iraniano. Notícias aqui, aqui ou aqui.
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Trivialidades 204

Sou só eu que acho o riso de Elisa Ferreira maquiavélico? E assustador? E creepy? Ui.
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Poemas 35

To write again

It’s been so long
since I’ve written my last word;
so much work and hopeless thoughts.
It’s been so long
since I’ve written my last word.

I’ve been singing others’ songs,
reading others’ books,
eating others’ meals
neglecting what I could do.

It’s been so long
since I’ve written my last word.
I became speechless of tiredness.
It’s been so long
since I’ve written my last word.

And I seem to find myself
enclosed in my unlinked mind,
in a wretched body of achievements
so socially desirable.

It’s been so long
since I’ve written my last word
and now I don’t know
if I want to write again.

[Outubro de 2004]

Apontamentos fugazes 160

Me, myself and Brezhnev & Honecker kiss


[Famosa pintura (e eu) no Muro de Berlin, by Dmitri Vrubel]

Apontamentos fugazes 159

Excentricidade

«Mas a invulgaridade e a excentricidade antes prejudicam do que conferem direito à atenção, especialmente quando toda a gente anseia por combinar particularidades e achar um pouco que seja de sentido universal no meio da ausência de sentido em geral. Ora, um excêntrico, na maioria dos casos, é um caso particular e isolado. Não é verdade?»

Prefácio de F. Dostoiévski a «Os irmãos Karamázov», Fiódor Dostoiévski, Editorial Presença
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