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Apontamentos fugazes 228

Tríade de obsessões

Verdade(s) – Justiça – Perfeição 

Apontamentos fugazes 227

Atopias 

Todos me dizem para ser menos exigente. Como se a minha salvação dependesse disso. Mas a minha exigência é uma necessidade primária. A minha exigência não é uma exigência sequer. É uma característica atópica. Tudo o que aceite abaixo do nível de exigência causa-me alergias e precisa de ser rapidamente terminado. A minha salvação é encontrar o improvável acima do nível de exigência e acreditar que não tenha predisposições atópicas à minha constituição.

Apontamentos fugazes 226

Equívocos

Qual seria a vossa reação se passassem pela minha secretária no trabalho e lessem “Cigarettes after sex”, a banda que eu ouvia antes de me ausentar?

Trivialidades 247

Uma versão de violação da privacidade

Há alguns dias, num aeroporto da União Europeia continental, fui sujeita a uma revista completa da minha mala de viagem de mão, julgo que parte de um sistema de revistas aleatórias que têm que cumprir. Um segurança, relativamente delicado, tentou explicar-me que, em março, a UE tinha introduzido novas regras, querendo dizer-me que não podia evitar a revista.
Da prática observada, já há muitos anos assumo este poder de revista por parte dos seguranças dos aeroportos. Mas nunca, até hoje, me tinham revistado a bagagem completamente, sem exceção, à minha frente. Nos Estados Unidos já me revistaram as bagagens, provavelmente mais cabalmente, com maiores consequências físicas, líquidos derramados, roupa suja, estragos. Para Londres, chegaram mesmo a destruir-me uma mala de viagem numa destas revistas. Mas hoje senti-me tão brutalmente invadida, tão exposta. Talvez porque alguém, com umas luvas grosseiras, de pouco cuidado, tocou na minha roupa interior, inspecionou os meus produtos de higiene,... tocou na minha roupa interior! Há algo de brutalmente abusivo em alguém, que não queremos, tocar a nossa roupa interior. Mesmo que com luvas grosseiras.
No final não deixei o segurança, verdadeiramente delicado, arrumar a bagagem. Não o pude impedir de mexer na minha roupa interior, mas não o ia deixar tocar-lhe mais do que o obrigatório.
Prezo muito a minha privacidade, apesar de estar disposta a abdicar de parte para aumentar o nível de segurança pública. Mas ninguém, sem culpa, devia ser obrigada a ver alguém, que não quer, tocar na sua roupa interior.

Trivialidades 239


Por que é que me calha sempre a mim lidar com pessoas irritadas e com vontade de culpar quem não tem culpa? Porquê? Porquê?

Apontamentos fugazes 185

Ironias


Tenho procurado saudosamente, sem convicção, a minha necessidade de escrever. E hoje, num domingo indefinido, em que tenho que trabalhar eficientemente, é que a vontade de escrever aparece como louca, saudosa de mim.

Trivialidades 209

Oops
a
Ultimamente faço atendimento telefónico. Sou um género de linha 24 para assuntos relacionados com liquidez (de bancos). E isto cansa. Não obstante, à medida que o tempo vai passando, estou a tornar-me uma profissional. Lido com estes telefonemas com uma leveza e destrezas mental e linguística que não tinha no início.
a
Mas, na verdade, nem era isto que vos queria dizer. Pois, não era. Queria falar-vos de lapsos de linguagem e de pontaria.
a
Ora, respondia eu hoje a mais umas dúvidas e a destreza linguística gerou esta frase genial "exacto, isso é o fluxo do período". E enquanto dizia esta frase crescia em mim uma imensa vontade de rir. Mas mantive-me séria, como se falar de menstruações fizesse parte de qualquer conversa de gestão de liquidez.
a

Trivialidades 193

Látex

Da última vez que vi um rapaz giro dentro do meu prédio, aconteceu isto. E “isto” já foi há muito, muito tempo. Sou tão diferente hoje. Jamais cometeria a mesma gaffe. Jamais.

Hoje vi novamente, e pela segunda vez apenas, outro rapaz giro a entrar no elevador. Aliás, dois rapazes jeitosos. Comecem a perguntar-se o que eu fiz. Comecem.

Ora, eu estava a descer do meu apartamento para a garagem para ir encher o depósito do limpa-vidros do carro com detergente. E o capot do carro ainda é uma coisa sujita, portanto eu decidi calçar luvas. De látex. Luvas de látex. Mas lembrei-me que antes de ir à garagem deveria passar pela minha caixa de correio. (Luvas de látex calçadas, ok?) E quando, no rés-do-chão, a porta do elevador se abriu, aparecem os dois rapazes jeitosos, transpirados depois de uma partida de ténis.

E eu?

Ah. Eu?! Eu olhei para eles e de mãos em riste, de luvas de látex calçadas, digo “olá”.

Já sabem quem vão culpar se aparecer alguém assassinado no meu prédio, não já?
a

Trivialidades 178

Body language

I guess I told you already that sometimes, some things happen to me. Today, I was coming to work by tram, like I always do. Not always the best company in the tram, though, but today it looked quiet… for a while.

At a stop, four young guys jumped in. At first, I ignored them as I was reading le Carré with interest. But they started speaking really loud, which is a nice way of saying they started yelling, as if yelling was just their ordinary way of speaking. That upset me because I was really interested in my book. They stood fairly close to me for a while and even though they were speaking in German I started having the feeling that were talking about me and trying me to talk to them, as I heard something about my sunglasses and my book. I ignored it, thinking to myself that sometimes, and I do mean very rarely, it is nice not to talk a language and keep oneself ignorant of some things.

In the meantime, the person sitting next to me left as well as the other two people seating in front of me. By then I felt unprotected with a few bullies ready to annoy me. One of them set next to me and impeded people from sitting in front, as well as in the next bench, so that he would have clear sight to two of his friends. At that time, I was doing nothing else than pretending to read, as I understood they were still trying to mess around.

But it got impossible to ignore when the guy seating next to me decided to put his face really close to mine. I took my sunglasses off and looked at him defiantly. He said something in German I could not understand and I replied, in English, that I did not speak the language. And then he gave one of the best lines I’ve ever heard. He said

"It doesn’t matter because I speak body language. Do you speak body language?"

And while he said that, he put his bare chest really close to my face. I was not expecting he would be bare-chested, with only a wide-open overcoat on. Nice skin and nice tummy. Nice blue eyes in a bully’s face. This became challenging, so I said "I do. I’m just not interested." While I pretended that he hadn’t got my attention, he said something like "Let me look in my dictionary something to say to you." Opening his overcoat even wider and turning pages of an imaginary book, he said "My dictionary says you look good. "

I told you that sometimes, some things happen to me, but I don’t know if ever told you that I like games. This type of games. Liking games made me reply "Well, I do like your dictionary." My commuting journey was by then almost over, but I would have to pass in front of him to leave and he had blocked my way. Calmly, I closed my book, looked at him and said "I have to go now." And then he got me again, but with a rather vulgar line this time

"Where are you going? To my bed?"

I was already standing close to the door and I replied "Too bad, you know? I told you I’m not interested." And I left. Smiling.
a

Trivialidades 176

Som

No sítio onde agora trabalho não há música. Nem sequer “media player” instalado nos computadores. E não consigo pôr o meu Ipod a funcionar. Para mim este é um sítio difícil. Trabalho em condições precárias porque trabalho sem música.

A minha colega de gabinete foi-se embora; fiquei sozinha e decidi hoje utilizar um daqueles sites onde se pode ouvir música online. Criei a minha rádio e enchi-a de Antony and the Johnsons e fiquei contente porque subitamente podia trabalhar a ouvir música.

Mas tenho que ter muito cuidado porque o som tem que estar suficientemente baixinho (o suficiente para eu e mais ninguém ouvir). O que significa que tem que "passar" o som do ar condicionado que é altíssimo, mas não chegar à porta. Um equilíbrio difícil.

Passadas algumas horas percebi que havia um gemido dentro do meu gabinete. Um gemido constante. Um gemiiiidddooooo. O ar condicionado tinha abafado a minha música e o Antony só gemia. Um gemido doloroso.

Ainda assim. Prefiro ter o Antony a gemer baixinho algures perto das minhas pernas do que não ouvir nada para além do ar condicionado.
a

Trivialidades 170

Bloke

Vocês acreditam que agora, por causa do meu apelido (Mateus), no sítio onde trabalho e quem não me conhece pensa que eu sou um homem alemão. Como se as piadas com o Rosé já não fossem suficientes.
a

Trivialidades 168

Sabem aquela pessoa que eu conheço?

Essa pessoa que eu conheço e a quem costumam acontecer coisas. Desta vez, essa pessoa deixou em cima da secretária, no sítio onde trabalha e onde trabalham algumas pessoas que falam português, uma notinha para ela própria. E a notinha dizia

“Coisas para escrever
‑ L’histoire d’O: breaking the boundaries of what is conventional
‑ O conceito de sado-masoquismo sem ser um fetiche
‑ O não conceito de sadismo e de masoquismo”

Não sei o que acham, mas eu acho que esta pessoa vai ter sucesso aqui. Quero dizer, no sítio onde trabalha.
a

Apontamentos fugazes 131

Iron branding

You have iron branded me fully. Even my mind is marked.

I can no longer sleep.
a

Trivialidades 167

Peripécias em trânsito

Conheço alguém a quem acontecem coisas. Com frequência. Coisas como tirar a mala de mão do compartimento do avião e bater violentamente com a mala na cara. Coisas como abrir as outras malas quando chega a casa e ver tudo baldeado e em desalinho. Coisas como ficar sem uma roda de um dos 3 trolleys que transportava. Simultaneamente.

Acontecem episódios destes a esta pessoa.

Mas como se isso não fosse suficiente. Num dia importante, essa pessoa quis mostrar-se digna, discreta, “problem-free”; não interessa que o não fosse. E tentou. Tentou arduamente. Mas o que é que aconteceu. Enquanto abria uma garrafa de água (com gás), num evento social, a garrafa escorregou, embateu no chão e “espichou” para onde? Para onde? Para o meio das pernas dessa pessoa. Que estava de saia.

Acontecem episódios destes a esta pessoa.

Episódios frequentes como cair. Não. Estatelar-se no chão. Essa pessoa que eu conheço estatelou-se hoje no chão. Foi só mais uma vez. Em frente a pessoas que a conhecem há pouco tempo e a pensavam credível. Estatelou-se no chão.

De saia.
a

Pensamentos líquidos 93

Pequenas conquistas

Hoje voltei a ter carta de condução. 1 ano e 3 meses depois de ter feito uma mera alteração de morada. E fiquei contente. Mesmo depois de o IMTT me ter levado à loucura. Mesmo depois das reclamações. Mesmo depois de ter sido parada por um polícia e não ter carta. E sem nunca ter tido culpa. Depois de tudo isto, deveria estar/continuar revoltadíssima. E por segundos, depois de ter a carta de condução voltar a estar na minha mão, enchi-me de contentamento. Fui uma totó.

Mas já passou. Aproveito agora para vos incitar a nunca se deixarem vencer por estas coisas. Reclamem. Reclamem. Reclamem. Contra o IMTT, contra os CTT. Contra todas estas instituições que trabalham tão, tão, tão mal.

PS. Se tiverem histórias de roubos pelos CTT, agradecia imenso que as partilhassem comigo. Eu tenho já uma longa lista de bens pagos e nunca recebidos e de outros reparos menos onerosos. Desde edições especiais de álbuns a meros conjuntos de cozinha, desde cheques de seguros a carteiras pessoais remetidas pela polícia, tenho episódios muito variados que podia contar... As reclamações nos CTT parecem ser irrelevantes, mas parece-me que algo tem que mudar. E rápido! Let’s press the trigger.
a

Apontamentos fugazes 113

O meu defeito mais vil é também a minha maior qualidade: vingança.
a

Trivialidades 158

Se eu fosse…

um sabor de gelado



um Super-herói



uma frase de engate