Pensamentos líquidos 119
Pensamentos líquidos 118
Pensamentos líquidos 117
Pensamentos líquidos 115
Trivialidades 206
(agora a sério)
Trivialidades 205
a
O pai de Manuel Pinho fez nascer António Costa; e
O pai de Rodrigo Guedes de Carvalho fez nascer Bárbara Guimarães.
a
Pensamentos líquidos 102
Obama, Nobel da paz?
Um Nobel da paz atribuído a Obama deixar-me-ia contente. Quando, depois de dois mandatos, ou até antes, os actos e as ideias por ele defendidas mostrassem como ele era meritório deste tipo de reconhecimento.
Mas esta atribuição, agora, não me deixou, realmente, contente. Eu acho que este foi o dia em que a Academia decidiu armadilhar um bocadinho mais o percurso de Obama (e.g.). Um caminho que, convenhamos, não é fácil.
Mas, na verdade, o que mais me irrita na atribuição deste prémio são as condições criadas para a crítica fácil. Para o “não sei o que é que ele fez em menos de um ano”, ou para “há tantas pessoas por aí a lutar há tantos anos”, ou ainda para “Ele não é assim tão bom, a comparação é que era demasiado má”. Porque todas estas afirmações podem até ser verdade, mas o prémio foi-lhe atribuído sem ele o solicitar e agora mais do que a crítica à academia, parece fazer-se a crítica aos “small achievements” de Obama. Porque não foram “small”.
E, no entanto, eu acredito. Acredito que, ainda assim, Obama irá estar à altura das expectativas que criou sobre si. E acredito, ademais, que ele É, mesmo hoje, digno do prémio. Mas esta pressão extemporânea e este convite à crítica eram tudo menos necessários.
Pensamentos líquidos 101
Lembram-se das manifestações no Irão, aquando dos resultados das "eleições" que, alegadamente, reconduziram d'Ahmadinejad no cargo de presidente da “república”? Estão a ser punidas já, para além das encarcerações. Ali-Zamani, um dos manifestantes, foi hoje condenado à morte por um “tribunal” iraniano. Notícias aqui, aqui ou aqui.
a
Trivialidades 203
Gato Fedorento esmiúça os sufrágios com Jerónimo de Sousa
a
Pensamentos líquidos 99

- A taxa de abstenção
- A continuação do sucesso de partidos intolerantes, xenófobos e que defendem a violação de liberdades individuais
Apontamentos fugazes 144
On a Thursday, with the ECB announcing possible details to the monetary policy decisions, in the middle of briefings and other work, my only concern was how Obama’s speech in Cairo would turn out.
Pensamentos líquidos 98
Pode ser um discurso cheio de Deus, de deuses, de religião, de religiões. Pode ser um discurso que, como já li, não faz a verdadeira separação entre o Estado e a religião. Pode ser um discurso cheio de citações de textos religiosos.
Podia ser um discurso falhado. Mas não foi. Foi um discurso brilhante.
O que o tornou um discurso brilhante (claro, é uma opinião pessoal) foram as regras básicas do discurso e uma capacidade notável de as pôr em prática, de escolher as palavras certas, as frases apelativas, a retórica apropriada.
Este tornou-se um discurso muito esperado, o discurso “decisivo”. Não podia ser um discurso agressivo, intolerante, mas também não podia ser cobarde, escamoteado. E o Obama e a sua equipa conseguiram um equilíbrio admirável no texto.
Um discurso serve para transmitir ideias. Mas só produz efeitos se a audiência tiver interesse na mensagem. Por isso é que Obama citou com frequência textos religiosos: porque ele precisava de conseguir o interesse da audiência na mensagem. E a audiência era composta fundamentalmente de pessoas religiosas. Quer me agrade ou não, quer partilhe os princípios ou não, eu não vou falar dos glaciares às pessoas do Sahara quando quero que elas embarquem comigo numa viagem por um objectivo comum. Vou falar-lhe dos interesses e preocupações comuns. Vou tentar criar afinidade.
Acho que todos temos que nos lembrar que Obama estava em território hostil. Hostil porque, depois dos últimos anos, é demasiado fácil criticar os EUA. Hostil por causa da relação dos EUA e de Israel. Hostil pela dificuldade que é limpar uma imagem.
E, na minha opinião, Obama conseguiu ultrapassar isso sem abdicar dos pontos fundamentais. Não é por suportar a causa de um Estado palestiniano que deixou de condenar os ataques suicidas. Não é porque o que aconteceu a seguir foi errado, que deixou de relembrar a tragédia do 11 de Setembro. E o fundamental aqui foi (e será sempre) o respeito pelos direitos humanos. E ele conseguiu transmitir isso, seja na maneira subtil como introduziu o respeito pela escolha, seja no modo como falou do direito a viver sem ter um alvo na testa.
Eu sei. Eu sei. Tenho uma simpatia grande por ele. E pelo rapaz que escreve os discursos, se bem que dizem que o próprio Obama trabalhou bastante neste. Mas leiam o discurso. Leiam-no, tendo em mente o objectivo, tendo em mente o passado pesado que os EUA têm em relação ao mundo árabe. Leiam-no e deixem-se inebriar se for esse o caso. Eu li-o assim e se o Obama me aparecesse aqui enquanto o lia e me dissesse que o mundo ia mesmo ser um mundo melhor, eu achava que o Alberto Caeiro estava errado e que feliz seria eu e todos os que vivem a vida a querer inventar a máquina de fazer felicidade.
Uns excertos
«Of course, recognising our common humanity is only the beginning of our task. Words alone cannot meet the needs of our people. These needs will be met only if we act boldly in the years ahead; and if we understand that the challenges we face are shared, and our failure to meet them will hurt us all.
For we have learned from recent experience that when a financial system weakens in one country, prosperity is hurt everywhere. When a new flu infects one human being, all are at risk. When one nation pursues a nuclear weapon, the risk of nuclear attack rises for all nations. When violent extremists operate in one stretch of mountains, people are endangered across an ocean. And when innocents in Bosnia and Darfur are slaughtered, that is a stain on our collective conscience. That is what it means to share this world in the 21st century. That is the responsibility we have to one another as human beings.
This is a difficult responsibility to embrace. For human history has often been a record of nations and tribes subjugating one another to serve their own interests. Yet in this new age, such attitudes are self-defeating. Given our interdependence, any world order that elevates one nation or group of people over another will inevitably fail. So whatever we think of the past, we must not be prisoners of it. Our problems must be dealt with through partnership; progress must be shared.
That does not mean we should ignore sources of tension. Indeed, it suggests the opposite: we must face these tensions squarely.
(…)
The issues that I have described will not be easy to address. But we have a responsibility to join together on behalf of the world we seek – a world where extremists no longer threaten our people, and American troops have come home; a world where Israelis and Palestinians are each secure in a state of their own, and nuclear energy is used for peaceful purposes; a world where governments serve their citizens, and the rights of all God's children are respected. Those are mutual interests. That is the world we seek. But we can only achieve it together.
I know there are many – Muslim and non-Muslim – who question whether we can forge this new beginning. Some are eager to stoke the flames of division, and to stand in the way of progress. Some suggest that it isn't worth the effort – that we are fated to disagree, and civilisations are doomed to clash. Many more are simply skeptical that real change can occur. There is so much fear, so much mistrust. But if we choose to be bound by the past, we will never move forward. And I want to particularly say this to young people of every faith, in every country – you, more than anyone, have the ability to remake this world.
All of us share this world for but a brief moment in time. The question is whether we spend that time focused on what pushes us apart, or whether we commit ourselves to an effort – a sustained effort _ to find common ground, to focus on the future we seek for our children, and to respect the dignity of all human beings.
It is easier to start wars than to end them. It is easier to blame others than to look inward; to see what is different about someone than to find the things we share. But we should choose the right path, not just the easy path. There is also one rule that lies at the heart of every religion – that we do unto others as we would have them do unto us. This truth transcends nations and peoples – a belief that isn't new; that isn't black or white or brown; that isn't Christian, or Muslim or Jew. It's a belief that pulsed in the cradle of civilisation, and that still beats in the heart of billions. It's a faith in other people, and it's what brought me here today.
We have the power to make the world we seek, but only if we have the courage to make a new beginning, keeping in mind what has been written.»
Pensamentos líquidos 95
Quando comecei a pensar neste post, deparei-me com uma dificuldade inicial tremenda em dar-lhe um nome que fosse suficientemente bom. E então comecei a escrever sobre o assunto… e quanto mais escrevia mais convencida ficava que o que escrevia não era suficientemente bom para o discurso que queria postar. E então decidi não escrever mais. Digo-vos só isto: a discussão da liberdade de escolha e prática de uma religião só faz sentido se tiver subjacente a possibilidade de escolher não professar religião alguma. Mas se para mim isto é muito linear e adquirido, não o é nos Estados Unidos. E para ser sincera em muitos outros sítios. Por isso ouvir este discurso do Obama foi… incrível. Incrível no melhor sentido possível.
[Obama´s speech on how principles, but not religion, should tailor politics]
Obrigada F. pela dica.
Apontamentos fugazes 128
«Rules must be binding. Violations must be punished. Words must mean something. »
[Obama's Prague speech, completely taken out of context, but even so…]
Apontamentos fugazes 127

[Barack Obama’s speech in Prague, 05 April 2009]
Homenagens 44
Um presentinho
Masters of war
[Masters of war de Bob Dylan, por Eddie Vedder]
No woman no cry / Betterman
[No woman no cry / Betterman, de Bob Marley e Pearl Jam, por Pearl Jam]
Soon forget
[Soon forget, de Pearl Jam, por Eddie Vedder e Jack Johnson]
Grito 3
Ela tem 19 anos. Regressa hoje a uma base militar para um terceiro ciclo de 21 dias de detenção. Recusa-se a servir num "exército de ocupação".»
Leiam a edição impressa do Público de dia 05 de Novembro. Leiam a experiência de uma rapariga que não aceitou só o que lhe diziam ser certo e duvidou. Leiam como a força às vezes pode fazer diferenças. Leiam-na.
E, eventualmente. Se quiserem. Escrevam-lhe.
«Ficarei muito feliz se me escreverem. A minha morada nos próximos dias é esta:
Omer Granot
Military ID 5398532
Military Prison nº 400
Military Postal Code 02447, IDF
Israel»