Mostrar mensagens com a etiqueta Homenagens. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Homenagens. Mostrar todas as mensagens

Homenagens 75

O belo musical 


Max Richter, Nonviolent Offender

Homenagens 74

António Lobo Antunes e os olhos lacrimejantes 

Leio uma entrevista, em jeito de digressão, a António Lobo Antunes. As palavras dele mexem-me sempre nas células, desarranjam-nas. Incomodam-me como o andar à chuva do Alberto Caeiro. E, às vezes, como poucos o conseguem, desarma-me. As palavras dele. Expõem, com crueza, o que anda tão escondido, que ainda não se sabe e já existe. Desta vez, expôs o medo da vida que se esgota antes que o corpo se torne exangue. O medo que já não haja livros para escrever ainda antes de morrer. É um medo imenso. É uma tragédia. E molha-me os olhos com uma tristeza incomensurável. Mas enquanto ele ainda se lembra de dizer
Tenho medo é que isto [a necessidade de escrever livros] acabe antes de eu acabar.
o medo não tem ainda espaço para se materializar. E só interessam as minhas lágrimas felizes de compreensão.

Homenagens 73

A Moon Shaped Pool

Referi há algum tempo que queria escrever sobre o último álbum dos Radiohead, A Moon Shaped Pool, quando partilhei uma versão antiga de uma música recuperada nesse álbum – True love waits. 
Desde essa altura, várias coisas aconteceram. Em particular, vi o concerto dos Radiohead no Primavera Sound, em Barcelona. E se a reação esperada seria o embevecimento, o que aconteceu foi o oposto. Imaginem o que é estar a quilómetros de onde decorre um concerto e ouvir resquícios da música distorcida pela distância. Foi o que me aconteceu no concerto dos Radiohead no Primavera Sound. As condições de som foram paupérrimas e posso apenas acreditar – tendo em atenção as críticas que li – que os Radiohead deram um bom concerto. Mas, para uma fã, isto é pura mágoa. Já escrevi um email reprovador à organização do Primavera Sound porque as condições de som foram, em geral, bastante más e revelam pouco cuidado com os artistas. E um festival de música digno precisa de evidenciar o maior respeito pelos artistas e não se preocupar miopemente com a dimensão. 
Mas A Moon Shaped Pool merece um post em êxtase. E comecei-o com comentários acerca do concerto apenas para provar que nem um concerto triste pode mudar a minha opinião.
Os álbuns anteriores, The King of Limbs e, mesmo, In Rainbows são álbuns difíceis, que demorei algum tempo a aprender a gostar e que, mesmo assim, conservaram sempre alguma distância, debalde as minhas tentativas de aproximação. Durante algum tempo, na sua torre de perfeição, os Radiohead começaram a criar algo tão imaculável, mas tão incrivelmente abstrato, que me senti ligeiramente perdida. Isto não quer dizer que me tenha afastado dos Radiohead. Os Radiohead serão sempre especiais. Os Radiohead serão sempre mais especiais. 
Com A Moon Shaped Pool, os Radiohead regressam à abstração perfeita não hermética. A Moon Shaped Pool é um álbum despido de tudo o que não é necessário e cheio de Radiohead. É um álbum que me enche de imensidão, mesmo quando reconheço a minha pequenez; é um álbum maior. 
Talvez sejam o meu calcanhar de Aquiles, onde escolho ser frágil, mas os Radiohead, neste álbum trouxeram-me uma perfeição deliciosamente humana. Enquanto procuro um sentido, reconheço que há momentos em que esse sentido maior pode não ser necessário:
In you I’m lost.

Decks dark, A Moon Shaped Pool, 2016, Radiohead

Homenagens 72

Muse, em rescaldo do concerto desta semana

Eu costumo dizer que vivo para momentos como os que degustei na 2ª feira passada, no concerto dos Muse, em Lisboa. Julgo que quase ninguém me leva a sério. Mas é uma afirmação tão verdadeira quanto uma afirmação pode ser. 
Há uma intensidade e verdade na arte, e na música em particular, impossível de encontrar em qualquer outra coisa. E é isso que os Muse me dão nos álbuns e é isso que os Muse me dão em concerto. 
Já escrevi várias vezes sobre Muse, e umas quantas vezes sobre os seus concertos: aqui e aqui, mas quero escrever novamente. Há coisas que são especiais porque existindo para muitos, existem mais para nós próprios porque nos permitem ultrapassar as fronteiras individuais de possibilidades. E nos concertos dos Muse, às vezes, ultrapasso essas fronteiras ultrajantes. Porque eles me permitem cantar com eles aquilo que está tão preso cá dentro, e durante esses momentos, há algo humanamente transcendente que acontece. Há liberdade.
Por isso, sim, cantei a plenos pulmões, enquanto saltava pulos que pareciam saídos de um mega trampolim, a pensar como impedir que o mundo continue indiferente ao horror da inconsciência:

Love, it will get you nowhere
You're on your own
Lost in the wild
So come to me now
I could use someone like you
Someone who'll kill on my command
And asks no questions
E ironicamente gritei
I’m gonna make you 
a fucking psycho

Drones and Psycho, Muse Drones Tour, Lisboa, maio de 2016

mas acabámos, todos, em uníssono, a dizer

No one's gonna take me alive
The time has come to make things right
You and I must fight for our rights
You and I must fight to survive

Knights of Cydonia, Muse Drones Tour, Lisboa, maio de 2016

And damn, if I won’t fight…

Homenagens 71

Muse, em preparação do concerto de amanhã


Explorers, from “The 2nd law”

Homenagens 70

Damien Rice

There is an authenticity in music that I cannot often find in other fine arts. It is a complete truth that other people may find in other things, I guess. It is a whole authenticity that makes me smile, uninterested of the rest of the world. Music gives me an enlightened contentment that completes me. Music reveals all the intensity I hunger for, but which I so rarely find.
I do not think I could keep myself permanently in this elated state of intensity. It would be too overwhelming. This state gives away and withdraws an energy I do not possess and cannot conjure. I can only benefit from it in these special moments. These moments of authenticy, of truth. These moments in which I know there is something more. Moments in which I recognise there is something that pleases me in such a full and absolute manner and it frightens me tremendously knowing I can lose it.
Damien Rice did this to me today. And how can I ever thank him? The music he writes, undoubtedly not for me, unaware of me, gives me exactly what I look for. So, I do want to voice my gratefulness.
Damien, thank you for writing tunes; for rediscovering yourself into this new album. Thank you for the authenticity, for all the truth. Thank you for helping me being at the top of the rabbit’s hair, no longer indifferent to what is more important in life, to the hunger of searching, to the quest of asking. Thank you for reminding me that art is so much more important than what I do. Albeit sad, this is so damn important. It gives me the only hope I can ever achieve without deceiving me. The only way out I want.
So, yes, I think what I want to tell you is: thank you for reminding me of my way out.


Damien, Rice, The greatest bastard, from My Favourite Faded Fantasy, 2014

Homenagens 69

Camille Muffat, nous te pleurons


Só uma homenagem. 

Homenagens 68

Boyhood, de Richard Linklater

Há muitos filmes. Há alguns que são verdadeiramente bons e verdadeiramente importantes. Mas Boyhood é uma obra-prima. É um épico da condição humana moderna. Que não se coibe de esmiuçar, com uma elegência de um filme francês bom, mas com a intensidade de um filme espanhol, todas as dificuldades e desafios do percurso de cada vida humana. Para chegar à conclusão desarmante de nada ser mais do que uma coleção dos momentos, alguns especiais, mas que fica sempre aquém.

«I thought there would be more.»

Homenagens 67

Kurt, we miss you

We really do miss you.

«Nirvana defined a moment, a movement for the outsiders: for the fags and the fat girls and the broken toys and the shy nerds and the goth kids from Tennessee and Kentucky, for the rockers and the awkward, and the fed-up, the too smart kids and the bullied. We were a community, a generation; in Nirvana’s case, several generations; in the echo chamber of that collective howl, and Allen Ginsberg would have been very proud, here.
That movement and that voice reverberated into music and filme, politics, a worldview, poetry, fashion, art, spiritualism, the beginning of the Internet and so many fields in so many ways is our lives. This is not just pop music – this is something much greater than that.» – Michael Stipe


Nirvana, com Annie Clark, Joan Jett, Kim Gordon e Lorde. Introdução de Michael Stipe

Homenagens 66

Thom Yorke e PJ Harvey


The mess we’re in, por Thom Yorke e PJ Harvey, em “Stories from the city, stories from the sea”, de PJ Harvey

Homenagens 65

The hours, by Stephen Daldry


Gostei tanto deste filme…

Homenagens 64

Caetano Veloso



A idade infelizmente importa pela violência das consequências físicas inultrapassáveis. Mas isso é só muito injusto. Não precisa de ser determinante.

Apontamentos fugazes 219

Descobri que fico com borboletas na barriga enquanto espero para ouvir o álbum novo do Thom Yorke. 

Apontamentos fugazes 218

 Às vezes dEUS lembra-me Nirvana.

[dEUS, Suds and Soda, from Worst case Scenario]

Perdoem-me a imodéstia, mas estou delirante com a minha frase. Não tem graça?

Homenagens 63

Objector de consciência

Jovem, que se recusa participar na exército israelita devido aos seus actos violentos contra o povo palestiniano, é sistematicamente preso pelas autoridades israelitas. São pessoas assim que me lembram por que é que é preciso lutar.

Conscript facing jail again for refusing to go against his conscience | Amnesty International

Homenagens 62


Berlinale. 

Aonde eu gostaria de estar agora.

Homenagens 61


Alexander Dale Oen

Só uma homenagem. Não consegui decidir se era desrespeitador colocar uma foto, mas acabei por considerar adequado mostrar este sorriso. Era um sorriso muito honesto, muito bonito, que deveria poder sorrir mais vezes...

Homenagens 60

Rafael Nadal



the one and only - even if not today's Australian Champion.

Homenagens 59

Ludwig van Beethoven

Acho que me tinha esquecido como o segundo andamento da 7ª Sinfonia de Beethoven é lindíssimo.




Beethoven, Allegretto, 2º andamento, 7ª Sinfonia, 1811-12

Homenagens 58

“Stay hunger, stay foolish”

Um amigo enviou-me o vídeo abaixo, em jeito de homenagem a Steve Jobs. E eu achei tão justa a homenagem e tão importante ouvir o que ele diz, que decidi partilhar convosco. Nada disto é uma lição inédita, mas é importante lembrá-la quando está esquecida.





Steve Jobs, discurso em Stanford


Obrigada P.