Momentos de poesia 24
Momentos de poesia 23
Momentos de poesia 22
Momentos de poesia 21
I know the truth! Renounce all others!
Momentos de poesia 20
Momentos de poesia 19
Momentos de poesia 18
Momentos de poesia 17
Momentos de poesia 16
Momentos de poesia 15
Momentos de poesia 14
I cannot live with You –
It would be Life –
And Life is over there –
Behind the Shelf
The Sexton keeps the Key to –
Putting up
Our Life – His Porcelain –
Like a Cup –
Discarded of the Housewife –
Quaint – or Broke –
A newer Sevres pleases –
Old Ones crack –
I could not die – with You –
For One must wait
To shut the Other's Gaze down –
You – could not –
And I – could I stand by
And see You – freeze –
Without my Right of Frost –
Death's privilege?
Nor could I rise – with You –
Because Your Face
Would put out Jesus' –
That New Grace
Glow plain – and foreign
On my homesick Eye –
Except that You than He
Shone closer by –
They'd judge Us – How –
For You – served Heaven – You know,
Or sought to –
I could not –
Because You saturated Sight –
And I had no more Eyes
For sordid excellence
As Paradise
And were You lost, I would be –
Though My Name
Rang loudest
On the Heavenly fame –
And were You – saved –
And I – condemned to be
Where You were not –
That self – were Hell to Me –
So We must meet apart –
You there – I – here –
With just the Door ajar
That Oceans are – and Prayer –
And that White Sustenance –
Despair –
Emily Dickinson
Momentos de poesia 13
Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.
William Henley, 1875
Recomendações 46
[Bright star, 2009, Jane Campion]
Bright Star
Bright star, would I were stedfast as thou art—
Not in lone splendour hung aloft the night
And watching, with eternal lids apart,
Like nature's patient, sleepless Eremite,
The moving waters at their priestlike task
Of pure ablution round earth's human shores,
Or gazing on the new soft-fallen mask
Of snow upon the mountains and the moors
No--yet still stedfast, still unchangeable,
Pillow'd upon my fair love's ripening breast,
To feel for ever its soft fall and swell,
Awake for ever in a sweet unrest,
Still, still to hear her tender-taken breath,
And so live ever--or else swoon to death.
John Keats
Apontamentos fugazes 143
Hope there's someone
from "I am a bird now", Antony and the Johnsons
Apontamentos fugazes 129
Não só me sabe muito bem ler que a poesia continua a ter adeptos, como acima de tudo me alegra saber que continua a ter escritores.
a
Momentos de poesia 12
Crise lamentável
Gostava tanto de mexer na vida,
De ser quem sou – mas de poder tocar-lhe…
E não há forma: cada vez perdida
Mais a destreza de saber pegar-lhe.
Viver em casa como toda a gente.
Não ter juízo nos meus livros – mas
Chegar ao fim do mês sempre com as
Despesas pagas religiosamente.
Não ter receio de seguir pequenas
E convidá-las para me pôr nelas –
À minha torre ebúrnea abrir janelas,
Numa palavra, e não fazer mais cenas.
Ter força num dia pra quebrar as roscas
Desta engrenagem que empenando vai:
– Não mandar telegramas ao meu Pai,
– Não andar por Paris, como ando, às moscas.
Levantar-se e sair – não precisar
De hora e meia antes de vir prà rua.
– Pôr termo a isto de viver na lua,
– Perder a «frousse» das correntes de ar.
Não estar sempre a bulir, a quebrar coisas
Por casa dos amigos que frequento –
Não me embrenhar por histórias melindrosas
Que em fantasia apenas argumento.
Que tudo é mim é fantasia alada,
Um crime ou bem que nunca se comete:
E sempre o Oiro em chumbo se derrete
Por meu azar ou minha Zoina suada…
Mário se Sá Carneiro, 1916, Paris
Momentos de poesia 11
Sozinho de brancura, eu vago – Asa
De rendas que entre cardos só flutua…
– Triste de mim, que vim de Alma p’rà rua,
E nunca a poderei deixar em casa…
Mário se Sá Carneiro, 1914, Barcelona
Momentos de poesia 10
Aonde irei neste sem-fim perdido,
Neste mar oco de certezas mortas? –
Fingidas, afinal, todas as portas
Que no dique julguei ter construído…
– Barcaças dos meus ímpetos tigrados,
Que oceano vos dormiram de Segredo?
Partiste-vos, transportes encantados,
De embate, em alma ao roxo, a que rochedo?...
Ó nau de festa, ó ruiva de aventura
Onde, em Champanhe, a minha ânsia ia,
Quebraste-vos também ou, porventura,
Fundeaste a Ouro em portos de alquimia?...
………………………………………
………………………………………
Chegaram à baía os galeões
Com as sete Princesas que morreram.
Regatas de luar não se correram…
As bandeiras velaram-se, orações…
Detive-me na ponte, debruçado,
Mas a ponte era falsa – e derradeira.
Segui no cais. O cais era abaulado,
Cais fingido sem mar à sua beira…
– Por sobre o que Eu não sou há grandes pontes
Que um outro, só metade, quer passar
Em miragens de falsos horizontes
Um Outro que eu não posso acorrentar…
Mário se Sá Carneiro, 1914, Barcelona
Momentos de poesia 9
Só de ouro falso os meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minh’alma desceu veladamente
Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam
As sombras que eu dimano não perduram,
Como Ontem, para mim, Hoje é distância.
Já não estremeço em face do segredo;
Nada me aloira já, nada me aterra:
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!
Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus
Estátua falsa ainda erguida ao ar…
[Mário se Sá Carneiro, 1913, Paris]