Apontamentos fugazes 62

Sorte

Das poucas vezes que pensei ter tido sorte, ainda não tinha visto a factura que a sorte me tinha passado.
a

Apontamentos fugazes 61

Salário

Às vezes acho que podia receber só em reconhecimento.

Recomendações 20

Os incorrigíveis

Da melhor do mundo para os melhores do mundo

Apontamentos fugazes 60

Quem foi o maroto que disse que havia homossexuais no Irão?

Micro-teorias e falácias 4

Ninguém se pode culpar por decisões racionais. São sempre justificáveis.

[Mas são uma merda.]
a

Trivialidades 94

Ciclo hotties - (Ice) pick me, Sharon










Homenagens 16

Barco Negro

Posso afirmar, sem mentir, que não gosto, em geral, de fado. Mas há um conjunto de fados que me faz estremecer, talvez pelo pesar, pela dor, não sei bem… São normalmente fados da Amália, é verdade. Não vão apanhar muitos posts destes, mas acho que esta é uma homenagem justa.

Este é o meu favorito. Digam-me lá se não tem qualquer coisa.


Na voz da Mariza



[ai que inveja destes graves]


E na voz da Amália

Trivialidades 93

Radar

Ouvir, agora, a Rádio Radar em Lisboa é um susto. Cada vez que olho para o tablier penso «bolas, já fui».

Trivialidades 92

Classificados

Pessoa que nasceu sem o gene da abstracção matemática procura explicações de topologia.
a

Recomendações 19

Amy Winehouse




I cheated myself
Like I knew I would
I told ya, I was trouble
You know that I'm no good

[The way I feel tonight]

Trivialidades 91

Foi impressão minha, não foi? O Nesta não podia estar feio… a
a

Trivialidades 90

Expressões profundamente detestáveis

o qual/a qual
senhora doutora/senhor doutor
é bom de ver
a

Pensamentos líquidos 62

Abuso

Último colocado em Medicina na

Universidade Nova de Lisboa – FCM – 188,5
Universidade do Porto – FM – 186,3
Universidade da Beira Interior – 183,5
Universidade do Porto – ICBAS – 182,0
Universidade de Coimbra – FM – 181,8
Universidade do Minho – 181,0
Universidade de Lisboa – FM – 178,3

Nota: A comparação das notas do último colocado não faz qualquer sentido. As fórmulas de cálculo de entrada são diferentes em quase todas as faculdades.

Poemas 20

Golpe

Magoas-me tanto sem o querer
que já não sei o que é verdade,
se a minha necessidade de sofrer,
se o meu medo de felicidade.

Já não sei se busco o que quero
ou se quero o que ainda busco,
porque eu sorrio mas eu desespero
neste ardor de golpe brusco.

A certeza é sempre posterior
aos actos que me esforcei por fazer
e nesta inconcretização só vivo a dor.

Por isso sofro sem justificação
para além da alma torturada a doer
e da vida que passou pelos meus olhos de distracção.

[Outubro de 2001]

Apontamentos fugazes 59

Nomes

«Porque o nome é uma espécie de epiderme.»

Friedriech Nietszche, Assim falava Zaratustra, 1891

Pensamentos líquidos 61

Women at stake

Pensei muito antes de escrever este post. Desde início, soube que tinha que decidir se iria tratar o tema com alguma leveza ou detalhar mais. Ainda que partindo de situações prosaicas, acho que as conclusões são demasiado sérias para perder a oportunidade de reflectir um bocadinho sobre o assunto. Primeira tentativa.

Vou cingir-me ao mundo ocidental. A análise no mundo islâmico é diferente. O que não quer dizer que seja melhor.

A desigualdade entre homens e mulheres é ainda evidente. Todos sabemos que, em média, as mulheres ganham menos do que os homens, como sabemos que o número de mulheres em cargos importantes é menor do que o de homens (ainda que haja mais mulheres do que homens no mundo), como há menos mulheres a viajarem em executiva do que homens.

Mas o que quero explorar é uma vertente muito específica. Exige-se mais às mulheres. E o ponto que eu quero explorar é que se exige mais em termos de aspecto, looks. Exige-se que as mulheres sejam mais bonitas, mais elegantes e mais “duradouras” do que os homens.

EXEMPLOS

Às vezes vejo wrestling. Acho que aparte a palhaçada, os atletas/entertainers são muito bons. Mas enquanto os homens, atletas fantásticos, são normalmente feios e têm corpos muito pouco apelativos; as mulheres são sempre absurdamente esculturais e bonitas, para além de atletas incríveis. Não me entendam mal, aprecio a beleza, mas aprecio para os dois lados.

Outro exemplo. Ténis. As marcas que patrocinam os tenistas usufruem da imagem do um modo díspar entre mulheres e homens. Enquanto no circuito masculino, o mais excitante que se consegue é uma discussão sobre o tamanho dos calções do Nadal; as tenistas exibem fatos notáveis. A imagem da Sharapova não é só importante por ela ser uma tenista de top-5, é-o porque ela é bonita; senão, pense-se no caso da Anna Kournikova, uma tenista não muito interessante, mas com uma imagem que valeu milhões. Já agora, se acham que estou a exagerar, pensem nas meias dos tenistas puxadas inesteticamente até meio da perna.

Os pivots de televisão. Não preciso de dizer que há muitos senhores por aí que não são particularmente bonitos e que têm tempo de antena de destaque. As mulheres têm, quase sempre, uma imagem agradável. São palavras inúteis as que gastar sobre o cinema, não são? É chover demasiado sobre o molhado.

Chega de televisão. Vem a minha pièce de résistance. Em média, um casal, se de sexos diferentes, tem um nível de beleza similar. Nos casos em que isso não acontece, em média, a mulher é mais bonita e mais elegante do que o homem. Parece-me sempre que esta diferença existe como uma forma de compensação por qualquer coisa que não sei o que é. E aqui a minha facadinha de maldade. Há também uma situação muito comum nalguns círculos e que acontece após casamento (nesses círculos é sempre após casamento). É visto como “importante” que o homem engorde (porque está a ser “bem tratado”), mas se for a mulher, isso é normalmente apelidado de “desleixo”…

CONCLUSÕES

Sei que todos estes são fenómenos que, com jeitinho, podiam ser vistos separadamente. Mas não acho que, de facto, sejam destrinçáveis. São expressões do mesmo fenómeno social – uma exigência, mais forte às mulheres do que aos homens, de atingirem um estereótipo de beleza se quiserem ter sucesso em muitas carreiras (por demais evidente em carreiras relacionadas com a televisão) ou se quiserem ser vistas, à partida, como desejáveis.

Outra vez. Não me interpretem mal. Se eu pudesse trocava já hoje o meu corpo pelo da Melina ou a minha cara pela da Sophie Marceau. Sou uma defensora fervorosa de todo o tipo de cirurgia plástica ou qualquer outra técnica que ajude as pessoas a terem o aspecto que gostariam de ter. E não tenho qualquer estigma de “mulher-objecto”. De todas as vezes que vou a Londres tento comprar corpetes ou espartilhos.

O problema não é, portanto, o que as pessoas fazem para se sentirem bem, desde que o façam de livre vontade, desde que seja uma escolha. É quando o fazem por pressão social. E é porque todos os fenómenos que descrevi revelam uma duplicidade de critérios em que os homens são beneficiados. E esta duplicidade é injusta. As pessoas devem ser escolhidas para uma função, um emprego, uma tarefa pelas qualidades que têm a desempenhá-la(lo), não pelas qualidades visuais.

O curioso disto é que este não é um "fenómeno consequência" da história. É anacronicamente contemporâneo (acabei de inventar, mas parece-me outro conceito com pernas para andar). E não sei dizer o que nos trouxe aqui. Mas espero não dure muito. Porque a injustiça irrita-me.

Pensamentos líquidos 59

America turns against the death penalty

Há um artigo muito interessante na “The economist” sobre a pena de morte nos EUA.

Trivialidades 88

Venus

Aqui estou eu
- a torcer pela Venus Williams enquanto defronta a Justine; e
- a invejar perniciosamente a altura de pernas que ela tem.

Contos 17

Ciclo S - Moving bodies of pleasure

It could have been that accent. You know, after all, Jude Law is not so irresistible because he is terribly handsome; he is irresistible because he has that lovely British accent. And the smile, of course. That naughty smile.


In particular.


So, it could have been the accent. Not that it matters right now. My back is bending of pleasure as two very decided hands hold my hips to restrain my movements. So, it might have been the accent, but the Jude Law naughty smile helped a lot. Either way, that smile is now smiling to a funny part of my anatomy.


In particular.


Two people who just did not give a damn. Two people searching for some strong feelings; already trying some strong sensations. At least, that is what my hands insistently clasping the sheets seem to indicate. So, it might have been the accent, but the way his pen sounded touching the paper sheets, syncopated, also played a role. People claim pheromones, chemicals, do the work for you, but they do not know the British accent, they do not know that plain attraction comes from much more complex things like accents and smiles and “doesn’t give a damn looks”.


In particular.


So, it might have been the accent; but perhaps I understood upfront that his hands would caress my body like this, would hold me decisively and would provoke rushes in my veins. Sensations, perhaps. Raw feelings. Unleashed without further intentions other than moving bodies of pleasure. Sex.


In particular.


I am not really certain about the signals; I only know they were right as upcoming contracting muscles shriek in silence for a non-ending pre-climax.

In particular, I know. It was that accent.


[Maio e Setembro de 2007]

Trivialidades 87

Ciclo hunks - Tommy Haas

Houve protestos pela escassez e pela falta de qualidade das figuras masculinas que ultimamente apareceram no blog. Aceito a crítica. Por isso, redimo-me com o único hunk do ténis (que está a perder um set a zero com o Davydenko).

Para a Q. :-)





Apontamentos fugazes 58

Journal

Londres, 7 e qualquer coisa da manhã. Acordo, sobressaltada, com alguém a bater à porta, mas não percebo o que diz. Convenço-me que é nalguma porta ao lado. Não é preciso acordar ainda. Mas acho que ouço alguém novamente a dizer, será, laundry? Não pode ser na minha porta, tenho a certeza que pus um «Please, do not disturb» do lado de fora. Mas pouco tempo depois, alguém bate novamente enquanto diz laundry e abre a porta. Estou deitada e a minha cara irritada e sonolenta foi suficiente para vários “sorry, sorry, sorry”.

Acordo. Não precisava de me levantar tão cedo. Ligo a televisão para ver as notícias. Faço zapping. A greve do metro londrino acabou durante a noite, mas só há mais uma linha a funcionar em relação às escassas duas e meia que funcionaram nos dois dias anteriores. De qualquer modo, já ia de táxi para Paddington. Continuo. TVE. Devo estar mesmo sonolenta porque me parece ouvir «Menos mal, porque pelo menos perdeu para outro espanhol, David Ferrer». Espero mesmo ter ouvido mal porque era o Rafa que jogava com ele. CNN. As autoridades alemãs conseguiram evitar ataques terroristas. Bonito. Já costumam ser simpáticos em Heathrow, hoje devem bater-me.

Quando chego à saída do hotel, há fila para o táxi. Ainda por causa da greve, não há táxis livres. Está a ser um bom início de dia. Felizmente tenho tempo.

Mas, às vezes, há coisas. Curiosamente, foi o dia em que fui melhor tratada em Heathrow. Foram quase… simpáticos. Brincaram, agradavelmente, com o meu saquinho dos líquidos. Weird...

Apesar de amassada, ainda fiz uma aula de body step. Estou cansada, mas hoje fui forte.

Tudo isto para dizer. Nem sempre os dias que não começam bem, acabam mal. Se, pelo menos, esquecermos o episódio Nadal, obviamente.

Trivialidades 86

Todos os dias a mesma coisa


[Lleyton Hewitt]