Golpe
Magoas-me tanto sem o querer
que já não sei o que é verdade,
se a minha necessidade de sofrer,
se o meu medo de felicidade.
Já não sei se busco o que quero
ou se quero o que ainda busco,
porque eu sorrio mas eu desespero
neste ardor de golpe brusco.
A certeza é sempre posterior
aos actos que me esforcei por fazer
e nesta inconcretização só vivo a dor.
Por isso sofro sem justificação
para além da alma torturada a doer
e da vida que passou pelos meus olhos de distracção.
[Outubro de 2001]
Sem comentários:
Enviar um comentário