Apontamentos fugazes 58

Journal

Londres, 7 e qualquer coisa da manhã. Acordo, sobressaltada, com alguém a bater à porta, mas não percebo o que diz. Convenço-me que é nalguma porta ao lado. Não é preciso acordar ainda. Mas acho que ouço alguém novamente a dizer, será, laundry? Não pode ser na minha porta, tenho a certeza que pus um «Please, do not disturb» do lado de fora. Mas pouco tempo depois, alguém bate novamente enquanto diz laundry e abre a porta. Estou deitada e a minha cara irritada e sonolenta foi suficiente para vários “sorry, sorry, sorry”.

Acordo. Não precisava de me levantar tão cedo. Ligo a televisão para ver as notícias. Faço zapping. A greve do metro londrino acabou durante a noite, mas só há mais uma linha a funcionar em relação às escassas duas e meia que funcionaram nos dois dias anteriores. De qualquer modo, já ia de táxi para Paddington. Continuo. TVE. Devo estar mesmo sonolenta porque me parece ouvir «Menos mal, porque pelo menos perdeu para outro espanhol, David Ferrer». Espero mesmo ter ouvido mal porque era o Rafa que jogava com ele. CNN. As autoridades alemãs conseguiram evitar ataques terroristas. Bonito. Já costumam ser simpáticos em Heathrow, hoje devem bater-me.

Quando chego à saída do hotel, há fila para o táxi. Ainda por causa da greve, não há táxis livres. Está a ser um bom início de dia. Felizmente tenho tempo.

Mas, às vezes, há coisas. Curiosamente, foi o dia em que fui melhor tratada em Heathrow. Foram quase… simpáticos. Brincaram, agradavelmente, com o meu saquinho dos líquidos. Weird...

Apesar de amassada, ainda fiz uma aula de body step. Estou cansada, mas hoje fui forte.

Tudo isto para dizer. Nem sempre os dias que não começam bem, acabam mal. Se, pelo menos, esquecermos o episódio Nadal, obviamente.

2 comentários:

daniel disse...

Parece que o Nadal se chateia quando usam questões físicas para justificar as suas derrotas. Achei engraçado porque, neste caso, a partir de meados do 3o set, tornou-se particularmente evidente que ele não está muito bem daqueles joelhos. Mas ele diz que não, a justificação é tão simples quanto "o Ferrer jogou melhor que eu".

http://www.nytimes.com/2007/09/06/sports/tennis/06notes.html?_r=1&ref=sports&oref=slogin

F disse...

Tenho duas explicações alternativas e/ou complementares.

1. Ele deve estar farto de ouvir que o "físico" dele é muito propício a lesões e muito pouco apropriado ao ténis e que, mais tarde ou mais cedo, isso terá consequências não só na intensidade com que joga, mas fundamentalmente na qualidade do seu jogo que é indissociável do tipo de jogo que tem; e/ou

2. Quando se diz que alguém jogou menos bem por motivos físicos dá sempre um ar de desculpa. E não me parece que o Nadal queira que alguém ache que ele se está a desculpar, logo, com o físico.

E agora que li o artigo do NYTimes, acho mesmo que são justificações complementares.