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Pensamentos líquidos 111
Anthony Bourdain and Lobo Antunes
The ones who know me, know well I am not nationalistic. I just think there are things which matter and nations are not one of those things. But nationalism or regionalism are used as proxies to find patterns. And that is difficult to fight against. But this is actually not what I want to talk about. This is only the disclaimer to justify that the reason why I am posting this post is not a biased nationalistic one.
So, I like Anthony Bourdain and his shows. They’re fun and it is interesting to get to know cultures through their food. So, just for that, I could suggest this one about Lisbon. But then, then, we have the food. And even though I would not really eat the pork sandwiches or (no longer) the blood sausages, there is the food. There is the sea food and the delicatessen and, of course, the “ginginha”.
[Anthony Bourdain in Lisbon]
Pensamentos líquidos 110
Externalidades positivas dos Pearl Jam
Já cheguei a escrever sobre os motivos pelos quais as artes devem ser subsidiadas. Em termos muitos simples, uma solução natural de mercado tende a providenciar quantidades sub-óptimas de arte, uma vez que não internaliza fenómenos como as externalidades.
Ora, eu nem quero falar muito tecnicamente sobre isto agora. Mas posso afiançar-vos. Hoje, o meu empregador usufruiu de externalidades positivas criadas pela música dos Pearl Jam; externalidades essas pelas quais naturalmente não pagou. Não fossem eles e teria vindo para casa a meio do dia com um nó irresolúvel, gigante na cabeça.
Pensamentos líquidos 109
Quando era mais nova, sentia por vezes uma angústia enorme ao consciencializar que, por escassez de tempo, nunca poderia ler todos os livros que quisesse. A angústia foi-se dissipando, mas penso frequentemente que posso estar a deixar escapar livros importantes. E, por isso, de tempos a tempos, olho novamente para a lista de prémios Nobel ou pesquiso listas de melhores livros de sempre. Acabo, quase sempre, ligeiramente desiludida porque as listas não me agradam.
Todavia, não há muito tempo, encontrei uma lista dos 100 melhores livros de sempre, elaborada pelo The Guardiam em 2002.
Esta lista é relativamente especial porque não é limitada em períodos ou línguas e foi preparada a partir da opinião de escritores de todo o mundo. E, numa perspectiva mais egoísta, porque contém vários autores e títulos que estariam na minha lista pessoal. Desde logo, tem vários romances de Dostoyevsky, de entre os quais “O idiota”, um dos meus livros de eleição. De entre os russos, apresenta ainda Tolstoy, Gogol e Tchékov. Não negligencia Ulisses, de James Joyce, por muitos considerado o melhor livro de todos os tempos e uma lacuna pessoal. Ainda Stendhal, Proust, Camus, entre outros franceses; Jorge Luis Borges, Gabriel Garcia Marquez; Edgar Allen Poe, Hemingway, Walt Whitman; Thomas Mann; Kafka; Shakespeare; Cervantes; Homero, Virgilio…
Mas, acima de tudo, o importante é que Fernando Pessoa está na lista. Ele foi/é um escritor fantástico e vê-lo numa listas destas deixa-me regozijar de contentamento.
O reconhecimento deveria ser só uma justa consequência.
Pensamentos líquidos 108
Leio Vergílio Ferreira novamente, como que a propósito da edição recente de obras do seu espólio. Como se motivos fossem necessários…
Leio Vergílio novamente e, como sempre, algo muito especial acontece. Tão especial que me culpo das palavras que utilizo para o dizer. Talvez só as dele pudessem dizer o eu quero. E então pareço querer arrancar verdades de mim, aqui, só para as dizer sobre ele.
Ora, a importância das coisas depende do sujeito. As minhas preocupações importantes parecem ter sido já todas pensadas, trabalhadas, resolvidas por V.
Tento escrever, com esta comoção de quem procura verdades e as encontra nas palavras de outrem. Verdades. Procura. Partilha de interesses semelhantes. É isto que V. me dá sem o saber. É nesta ‘arte-verdade’ que V. já tinha pensado, que encontro as respostas que procuro; as perguntas que procuro. São verdades individuais, inexoráveis, com uma força impossível de igualar. Para mim. Compreensão.
Disseram-me, como se eu não soubesse, que esta minha ‘arte-verdade’ é a minha religião. É-o, na perspectiva de ser maior; mas só aí. Em tudo o resto é mais genuína. É uma ‘arte-verdade’ individual, partilhada através da dúvida e por cumplicidade, nunca por dogma. É uma procura, mais do que uma resposta. E ironicamente é humana. O que a torna tão mais notável porque existe sem hipóteses.
Para mim é, talvez, a ‘arte-filosofia’. Porventura por isso nunca compreendi a fotografia como forma de arte. Porque a minha arte é muito mais do que um exercício estético de técnica. E por isso a sua subjectividade.
A obra de arte é tão mais especial quanto mais verdade trouxer. E V. traz-me muita.
Aproveito para parabenizar e agradecer à equipa Vergílio Ferreira pelo trabalho ao longo dos anos e, especialmente, a Fernanda Irene Fonseca e Hélder Godinho pela publicação destas obras do seu espólio. É muito apreciado.
Nos próximos tempos trar-vos-ei excertos de Promessa e de um Diário Inédito.
Pensamentos líquidos 107
There is nothing like the arts. Nothing. There is nothing like the excitement of understanding oneself better through a creative search for truth.
Music in particular is a very genuine type of art. And I have been missing my music like hell. I have been missing being in a concert with all my cells jumping wildly with the feeling of finally having found something worthwhile getting uneasy for.
It is a different feeling to attend a concert in Germany (in Frankfurt?). Ironically, everything looks less organic. I still remember being terribly happy when I couldn’t breathe for three songs during my first Muse concert. Surely that wouldn’t happen in Frankfurt. Fair enough. But I must say I am still amazed of how still, not interactive, a crowd can be with a band they actually like. The National.
I started my ‘The National’ craving not so long ago. But I started it steadily and am now convinced of how much I like them. I could try to explain how the concert I went to see last Thursday worked out. I could try to explain you how I can hear my own voice in the bits I recorded. I could try to tell you all that, but I would be missing the most important. No matter the surprise of being almost the only one singing or jumping, I would be understating how good the concert was.
I could try to tell you lots of things. I choose to tell I enjoyed the concert very much. I choose to tell you it was so nice to get back again together with arts authenticity. And I choose to show you the following.
Runaway
Vanderlyle crybaby geeks
Well. Interactive or not, I still want to attend concerts in Germany. Even if I feel a bit marginalised in their way of eating up the thrill for art.
But you know. It is that feeling of smiling through tears because you found something. Something worthwhile getting vulnerable for.
a
Pensamentos líquidos 106
É “natural” que, num estado de direito, quem cometa uma ofensa criminal grave seja privado da sua liberdade durante um período de tempo. Foi o modo acordado para lidar com ofensas sérias aos direitos de outros. E, julgo, faz sentido. Se por um lado, há que haver um conjunto de regras que estipule o que é e não permitido a uma vida em sociedade, por outro, há que haver um modo de as tornar efectivas. Adicionalmente, quando alguém põe em perigo a vida em sociedade (e a vida de outros em particular) de um modo de tal forma grave que se considera não ser prudente deixá-lo livre, então, julgo, faz sentido, restringir as acções dessa pessoa, designadamente através da sua prisão. Mas não faz sentido encarcerar pessoas que cometem pequenos delitos só porque politicamente se querer mostrar quão duro se é contra o “crime”. E muito menos faz sentido fazer cumprir uma pena ilógica. Leiam, a este propósito, este artigo no Economist sobre o número de reclusos nos EUA. Chamo a atenção, em particular, para o primeiro parágrafo que seria hilariante de tão ridículo, se não se estivesse a falar de privar pessoas da sua liberdade física.
«IN 2000 four Americans were charged with importing lobster tails in plastic bags rather than cardboard boxes, in violation of a Honduran regulation that Honduras no longer enforces. They had fallen foul of the Lacey Act, which bars Americans from breaking foreign rules when hunting or fishing. The original intent was to prevent Americans from, say, poaching elephants in Kenya. But it has been interpreted to mean that they must abide by every footling wildlife regulation on Earth. The lobstermen had no idea they were breaking the law. Yet three of them got eight years apiece. Two are still in jail.»
Pensamentos líquidos 105
Ao contrário do que já aconteceu em Portugal, com a solução estranha de Sampaio, Obama vai mesmo receber, na Casa Branca, o Dalai Lama. Pode ser simbólico, mas é importante e não é cobarde. É uma iniciativa que não esquece que o Tibete foi invadido pela China. Independentemente de ter um líder religioso, o que é discutível. Mas a verdade, verdade, é que era uma nação independente e pacífica, com um líder aceite pela população. E, muito sinceramente, alguém com uma filosofia de vida correcta e respeitadora.
Pensamentos líquidos 104
O julgamento do mentor dos atentados do 11 de Setembro será civil, em Nova Iorque. Apesar de não ter argumentos jurídicos que sustentem a minha posição, sou, por princípio, contra tribunais militares. Na verdade, porque me parecem sempre um pouco à margem da lei e porque tenho a sensação que os militares gostam de achar que podem impor as suas directrizes não oficiais de gang.
Agora, independentemente da correcção dos resultados e eficiência dos sistemas judiciais, considero que é nesse campo que os réus devem ser julgados. E é por isso que a solução agora definida para este caso me parece adequada e sensata. Mas espero, acima de tudo, que seja justa.
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