Moral
Estou farta que me digam que tenho razão. Quero que ajam de acordo com essa razão. Mas não posso esperar esse dia. Não quero criar expectativas irrealistas.
Pressupondo que, desde sempre, a necessidade apenas aproximou aqueles homens que, servindo-se de sinais semelhantes, podiam indicar necessidades semelhantes e experiências semelhantes, resulta daí, em geral, que a fácil comunicabilidade da necessidade (…) deve ter sido a coisa mais poderosa entre todas as que, até ao presente, dominaram o homem. Os homens mais parecidos e mais vulgares estiveram e estão sempre em vantagem; os mais selectos, mais delicados, mais raros, mais difíceis de compreender permanecem facilmente sós, sucumbem, com o seu isolamento, aos acidentes e reproduzem-se pouco. Devemos invocar forças contrárias monstruosas para entravar este processo natural, demasiado natural (…) o avanço do homem no sentido do semelhante, do comum, do mediano, do gregário — do vulgar!