Liberdade
«Somos livres, como o sabemos na consciente vivência do acto de ser consciente. Somos livres, como o sabemos da possibilidade de se ser e de se saber que se é, da infinita e infinitesimal diferença entre mim e mim, entre ser-se o que se é e o saber-se que se é esse ser, da infinitesimal diferença entre o ser que é o nosso e o ter querido ser esse ser.
(…)
A primeira e a última demonstração de que sou livre está na simples enunciação disso mesmo, na sua problematização, ou seja na sua consciência, ou seja na consciência de mim. Mas de mim a mim a distância é infinita e nenhum raciocínio a pode preencher. Por mais colado a mim que eu me execute, como se executa o bárbaro ou o primitivo, há uma distância de vertigem nessa mínima distância entre o que faço e o saber que o faço E é aí que sou Deus. Aí, nesse subir de mim, nesse criar do nada, perfeitamente absurdo, porque do nada nada se cria – e eu criei.»
Vergílio Ferreira, Invocação ao meu corpo [p. 122 e 130]
[negrito meu]
1 comentário:
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