Educação e os exames de acesso à faculdade
Às vezes tenho a sensação cruelmente nítida que a maioria das pessoas não percebe o valor da educação. Não percebem como é o elemento estruturante derradeiro ou talvez… primeiro. Não escrevo agora sequer de desenvolvimento pessoal no sentido de evolução, escrevo no sentido de adquirir competências e saberes. É fundamental reconhecer a necessidade de promover uma educação de qualidade que estimule o interesse pelo conhecimento. E promover uma educação que premeie o esforço e esse conhecimento.
É de conhecimento geral que a entrada na faculdade se faz a partir de uma nota de entrada calculada como uma média ponderada entre a nota final de secundário e a(s) nota(s) da(s) prova(s) específica(s). Julgo, todavia, não ser de conhecimento geral que, actualmente, essas provas específicas podem advir de disciplinas até ao 11º ano ou do 12º ano. Isto significa que algumas específicas de entrada são feitas no final do 11º ano. Vou deixar para outros posts a discussão do esquema de educação. Este focar-se-á neste ponto específico.
Para além das dúvidas e inconsistências de informação proliferarem, designadamente nas escolas (instituições às quais a informação remetida é escassa!), a sensação de precariedade desta situação é tremenda. Gostava que se lembrassem desse tempo de espera para entrar na faculdade. Já não é uma altura fantástica, agora imaginem se nem sequer percebessem o que estava em causa e para o que estavam a trabalhar. Mas adiante.
Cheguei a ver provas de 11º ano. Falaram-me de outras de 12º ano. Interessantes. Um esquema muito “norte-americano”. A maior parte das provas é constituída por análise de textos. Por exemplo, em biologia-geologia. Por exemplo, em físico-química. Ah, esqueci-me de um detalhe, o bulk dos exames é escolha múltipla, correspondência e verdadeiros/falsos. Interessante. Exige que se saiba pouco. A interpretação dos textos serve para as cruzinhas. Interessante, de facto. E vergonhoso. É melhor acertar por acaso do que avaliar realmente o que sabem... e depois há as perguntas que subestimam a inteligência dos alunos, para não dizer que a ofendem. Eles merecem melhor do que isso.
Soube também que resoluções correctas de exercícios eram avaliadas a 0 (zero) se não fossem a resolução preconizada pelos critérios. Repito: resoluções correctas. Pensei que as provas, em educação, serviam para avaliar conhecimentos. Espanto. Afinal servem para avaliar capacidade de adivinhação. Chamemos a Ms. Trelawney do Harry Potter. Decerto será útil.
Nem sequer me vou pronunciar sobre os erros. Ok, se calhar, vou. Acho de uma falta de responsabilidade e de uma falta de respeito inqualificáveis. E, em termos práticos, estes erros podem arruinar a forma como pessoas que, estarão provavelmente um pouco nervosas, fazem a gestão de tempo durante a prova.
Et voilà. É este o nível de confiança que se tenta incutir aos jovens. É este o respeito que eles merecem numa fase tão decisiva das suas vidas. Como se essa fase não fosse já cheia de dúvidas e indecisões...
Às vezes tenho a sensação cruelmente nítida que a maioria das pessoas não percebe o valor da educação. Não percebem como é o elemento estruturante derradeiro ou talvez… primeiro. Não escrevo agora sequer de desenvolvimento pessoal no sentido de evolução, escrevo no sentido de adquirir competências e saberes. É fundamental reconhecer a necessidade de promover uma educação de qualidade que estimule o interesse pelo conhecimento. E promover uma educação que premeie o esforço e esse conhecimento.
É de conhecimento geral que a entrada na faculdade se faz a partir de uma nota de entrada calculada como uma média ponderada entre a nota final de secundário e a(s) nota(s) da(s) prova(s) específica(s). Julgo, todavia, não ser de conhecimento geral que, actualmente, essas provas específicas podem advir de disciplinas até ao 11º ano ou do 12º ano. Isto significa que algumas específicas de entrada são feitas no final do 11º ano. Vou deixar para outros posts a discussão do esquema de educação. Este focar-se-á neste ponto específico.
Para além das dúvidas e inconsistências de informação proliferarem, designadamente nas escolas (instituições às quais a informação remetida é escassa!), a sensação de precariedade desta situação é tremenda. Gostava que se lembrassem desse tempo de espera para entrar na faculdade. Já não é uma altura fantástica, agora imaginem se nem sequer percebessem o que estava em causa e para o que estavam a trabalhar. Mas adiante.
Cheguei a ver provas de 11º ano. Falaram-me de outras de 12º ano. Interessantes. Um esquema muito “norte-americano”. A maior parte das provas é constituída por análise de textos. Por exemplo, em biologia-geologia. Por exemplo, em físico-química. Ah, esqueci-me de um detalhe, o bulk dos exames é escolha múltipla, correspondência e verdadeiros/falsos. Interessante. Exige que se saiba pouco. A interpretação dos textos serve para as cruzinhas. Interessante, de facto. E vergonhoso. É melhor acertar por acaso do que avaliar realmente o que sabem... e depois há as perguntas que subestimam a inteligência dos alunos, para não dizer que a ofendem. Eles merecem melhor do que isso.
Soube também que resoluções correctas de exercícios eram avaliadas a 0 (zero) se não fossem a resolução preconizada pelos critérios. Repito: resoluções correctas. Pensei que as provas, em educação, serviam para avaliar conhecimentos. Espanto. Afinal servem para avaliar capacidade de adivinhação. Chamemos a Ms. Trelawney do Harry Potter. Decerto será útil.
Nem sequer me vou pronunciar sobre os erros. Ok, se calhar, vou. Acho de uma falta de responsabilidade e de uma falta de respeito inqualificáveis. E, em termos práticos, estes erros podem arruinar a forma como pessoas que, estarão provavelmente um pouco nervosas, fazem a gestão de tempo durante a prova.
Et voilà. É este o nível de confiança que se tenta incutir aos jovens. É este o respeito que eles merecem numa fase tão decisiva das suas vidas. Como se essa fase não fosse já cheia de dúvidas e indecisões...
1 comentário:
Tenho de discordar do teu ponto de vista sobre a educação e consequentemente sobre a forma como os jovens alunos são tratados. Apesar de ainda ser um jovem (o que no critério da Caixa significa que posso ter até 40 anos), acho que no "meu tempo" não havia um quarto de informação e apoio didáctico que existe na actualidade.Dou-te um exemplo: vais à fnac e tens dezenas de livros de apoio (de substituição) do estudo, desde a resolução aos problemas da matemática à análise dos poemas de Fernando Pessoa!Acho que os alunos são vitimas de um sistema educativo que nunca se encontrou. No entanto, penso que um aluno consciente, bem integrado, tem hoje muitas mais facilidades do que no passado.
M.
P.S. peço desculpa por o meu comentário não ser em inglês e não dizer: "great job! very nice site! You have done a wonderfull work!"
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