Pensamentos líquidos 78

UK vs USA

Posso começar com o famoso «as sondagens valem o que valem», mas se se tiver em atenção as limitações que lhes são inerentes, podem sempre resultar em análises interessantes. E neste caso, o que é que temos? Uma avaliação das semelhanças e das diferenças entre Britânicos e Norte-Americanos em relação a temas-base, como os valores, a religião ou as acções militares. Se a hipótese nula for que a ligação que une estes dois conjuntos de estados é forte então, com esta sondagem, temos uma notável rejeição de H0.

Convido-vos a ler o artigo da Economist e a enlarge the [other] picture que contém o detalhe das perguntas feitas e das respostas recebidas. É interessantíssimo.




Agora, do que a minha experiência pode comentar, digo-vos que não há cidade alguma em que me sinta tão “livre” como em Londres. Londres é o verdadeiro melting pot dos livros de inglês do 5º ano; onde a diferença interessa pouco e muito, simultaneamente. Pouco porque, na generalidade, não levanta questões; mas muito porque as diferenças são aceites e respeitadas. Em Londres, um casal homo ou heterossexual de mão dada é só um casal de mão dada, não há mais nada a comentar (nem em São Francisco é assim, onde a sensação de ghettos, mais ou menos chiques, prevalece). Em Londres, um punk de cabelo rosa e 25 piercings é só mais uma pessoa.

Se, em Londres, confesso nem sequer ser ateia porque o ateísmo já é uma negação e eu nem sequer tenho um deus para negar, dizem talvez ser uma discussão filosófica interessante. Nos EUA, dir-me-iam «oh, my poor girl, your soul will burn in hell for that heresy».

Quando chego a Londres, apesar dos apertados controlos de segurança que roçam muitas vezes o insuportável, não me sinto uma terrorista. À entrada nos EUA, consigo imaginar pessoas a confessarem horrores que nunca cometeram só para não se sentirem tão mal por serem “estrangeiros”.

É curiosíssimo, de uma sociedade que se julga “tradicionalista”, a Inglaterra representada em Londres é do mais liberal (não gosto nada de utilizar esta palavra, mas sinceramente não me lembrei de uma melhor) que se possa conceber.

E por aqui me fico. Já escrevi demais quando, na verdade, só vos queria dar a conhecer o artigo. Mas as palavras brotam. Nestas coisas. Nestas coisas.
a

4 comentários:

Anónimo disse...

I am Sam
Sam I am

That Sam-I-am!
That Sam-I-am!
I do not like Heathrow
that Sam-I-am!

Do you like
Heathrow airport?

I do not like them,
Sam-I-am.
I do not like
Heathrow airport.

Would you like them
here or there?

I would not like them
here or there.
I would not like them
anywhere.
I do not like
Heathrow airport.
I do not like them,
Sam-I-am.

Would you like to use them
for a conference?
Would you like to use them
for holidays?

I do not like them
for a conference.
I do not like them
for holidays.
I do not like them
here or there.
I do not like them
anywhere.
I do not like Heathrow airport.
I do not like them, Sam-I-am

OK, não ficou bom, mas não faz mal. Esse é o unico aeroporto onde eu nunca mais quero por os pés (e olha que passo frequentemente por aeroportos deste lado). Aqui a alfandega e segurança é muito apertada mas pelo menos é justa.

Anónimo disse...

E mais uma vez estou super de acordo, Londres é muito mais livre que qualquer dos sítios que conheço dos EUA.
E o engraçado é que os americanos acreditam e juram a pés juntos que são o país mais livre e democrático que existe!

F disse...

Sabes, Louis, conheço muuuuuuito bem o Aeroporto de Heathrow. Na verdade, já dormi lá ou, melhor, passei lá a noite. E o dia. Foi mau. Mas olha que também já tive experiências chatas nos aerorportos nos EUA. Aliás, eu e aeroportos não nos damos bem... Reparaste na outra notícia do Economist, portanto?

Não é, Guida? É uma sensação curiosíssima, muito irónica, mas muito real. Não deixa de ser curioso num país monárquico e tudo...

F disse...

Ah, e gostei do I am Sam.