Ciclo S - Forças de combate
Explosão. Fluxos de energia rápidos no corpo. Excitação consumada. Depois. Depois de tanto tempo de contenção. Enquanto todos sabiam o que nós não. Sabíamos? Todos tinham sentido a vibração entre nós; desequilibrávamos qualquer sala com a tensão. Um embate de forças. Compreende?
Ainda não sei quem ganhava. Só via as baixas. Quando notava, todos estavam pasmados. Não, todos estavam siderados. Só não o sabiam. E era o nosso embate – combate? – que o provocava. Gladiadores de forças invisíveis.
Os nossos toques obscenos sem contacto. As palavras inocentes cheias de sexo. Nas nossas conversas, cadeira cheirava a sexo, almoço sabia a sexo, no azul sentia-se sexo, em rádios surdos via-se sexo; todas as palavras gritavam sexo. Nós não sabíamos. Compreende?
Sabíamos o embate de forças, conhecíamos o interesse. Discutíamo-lo em silêncio, no meio de todos. Todos sabiam. Conheciam as nossas palavras, o jogo de sedução. Mas nós éramos os únicos a ter noção dos limites. Qualquer toque era proibido, tudo o que fosse mais do que a insinuação era proibido. Qualquer iniciativa impensável. Uns inocentes.
Tínhamos a fama. Nenhum proveito, para além do que retirávamos da luta, para além do que nos ensinou, para além da competição. Compreende?
Posso garantir-lhe que me ensinou imenso, fez-me desenvolver capacidades que tinha ocultas ou subdesenvolvidas. Agradeço-lhe. E no entanto começo a duvidar, começo a achar que a competição não é suficiente. Pouco.
Agora. Agora? Agora já não é suficiente. Você, compreende?
Explosão. Fluxos de energia rápidos no corpo. Excitação consumada. Depois. Depois de tanto tempo de contenção. Enquanto todos sabiam o que nós não. Sabíamos? Todos tinham sentido a vibração entre nós; desequilibrávamos qualquer sala com a tensão. Um embate de forças. Compreende?
Ainda não sei quem ganhava. Só via as baixas. Quando notava, todos estavam pasmados. Não, todos estavam siderados. Só não o sabiam. E era o nosso embate – combate? – que o provocava. Gladiadores de forças invisíveis.
Os nossos toques obscenos sem contacto. As palavras inocentes cheias de sexo. Nas nossas conversas, cadeira cheirava a sexo, almoço sabia a sexo, no azul sentia-se sexo, em rádios surdos via-se sexo; todas as palavras gritavam sexo. Nós não sabíamos. Compreende?
Sabíamos o embate de forças, conhecíamos o interesse. Discutíamo-lo em silêncio, no meio de todos. Todos sabiam. Conheciam as nossas palavras, o jogo de sedução. Mas nós éramos os únicos a ter noção dos limites. Qualquer toque era proibido, tudo o que fosse mais do que a insinuação era proibido. Qualquer iniciativa impensável. Uns inocentes.
Tínhamos a fama. Nenhum proveito, para além do que retirávamos da luta, para além do que nos ensinou, para além da competição. Compreende?
Posso garantir-lhe que me ensinou imenso, fez-me desenvolver capacidades que tinha ocultas ou subdesenvolvidas. Agradeço-lhe. E no entanto começo a duvidar, começo a achar que a competição não é suficiente. Pouco.
Agora. Agora? Agora já não é suficiente. Você, compreende?
Outubro de 2006
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