Poemas 28

Soneto sem razão

Quis responder à tua pergunta oculta
mas partiste antes de a poder conhecer,
foi uma tentativa incerta de algum prazer,
mas resultou só numa ausência indulta.

Foram poucas as palavras por ti ditas,
mas só para mim, e é já a inconcretização
que me aniquila este sonho sem razão
na realidade já longe de histórias bonitas.

Eu sou medo e tu, tu tens medo de mim
ficas longe, mesmo quando perto
e seremos sempre impossíveis

nas nossas diferenças intransponíveis
mesmo naquele momento incerto
em que a tua pergunta desconhecia o fim.

[Março de 2005]

1 comentário:

Anónimo disse...

Sensacional é a palavra que me ocorre!
Só gostava de saber ler as entrelinhas...
Francisca