Ciclo P - Palavras
Sabes. Talvez se eu começasse a juntar letras. Teria palavras em pouco tempo e, com um pouco de rapidez, uns movimentos de dedos, e talvez frases. Preciso de frases, semântica coerente que me permita realizar o que é pré-verdade, pré-existência. Mas ainda ninguém. As palavras conhecem-nos antes dos outros. As frases a seguir. A coerência de um texto então conhece tudo, permite tudo. Só o que as palavras expressam é criado, ainda que sejam palavras mentais, ainda que não tenham ainda saído. Assim, presas, agrilhoadas nas dificuldades de expressão. Mas já se conhecem a elas e pré-conhecem as verdades que vão habitar. São o veículo maior. As palavras. Sabes. Só elas permitem que existamos. Se não pudesse dizer o teu nome, continuarias a existir? Acho que não, eras menos, eras diferente. Eras? Serias. Porque já és porque o estou a escrever. As palavras já te habitaram e tu habitaste as palavras. Cada palavra é única mesmo que igual a anterior; já quer dizer outra coisa quando repetida, quer dizer outra coisa quando deslocalizada, quer dizer outra coisa noutra boca, noutros dedos, noutra caneta.
Por isso só preciso achar as palavras, construir as frases, ter o texto. E dizer tudo. E tudo ser verdade. Inexoravelmente, nos segundos variáveis que depois cada pessoa demora a ler.
Sabes. Talvez se eu começasse a juntar letras. Teria palavras em pouco tempo e, com um pouco de rapidez, uns movimentos de dedos, e talvez frases. Preciso de frases, semântica coerente que me permita realizar o que é pré-verdade, pré-existência. Mas ainda ninguém. As palavras conhecem-nos antes dos outros. As frases a seguir. A coerência de um texto então conhece tudo, permite tudo. Só o que as palavras expressam é criado, ainda que sejam palavras mentais, ainda que não tenham ainda saído. Assim, presas, agrilhoadas nas dificuldades de expressão. Mas já se conhecem a elas e pré-conhecem as verdades que vão habitar. São o veículo maior. As palavras. Sabes. Só elas permitem que existamos. Se não pudesse dizer o teu nome, continuarias a existir? Acho que não, eras menos, eras diferente. Eras? Serias. Porque já és porque o estou a escrever. As palavras já te habitaram e tu habitaste as palavras. Cada palavra é única mesmo que igual a anterior; já quer dizer outra coisa quando repetida, quer dizer outra coisa quando deslocalizada, quer dizer outra coisa noutra boca, noutros dedos, noutra caneta.
Por isso só preciso achar as palavras, construir as frases, ter o texto. E dizer tudo. E tudo ser verdade. Inexoravelmente, nos segundos variáveis que depois cada pessoa demora a ler.
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