Apontamentos fugazes 68

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3 comentários:

Anónimo disse...

No que respeita aos comentários do Dr. Watson, ainda que a forma que assumiram tenha sido infeliz, parece-me que o mais grave da situação é o facto de terem assumido tais proporções porque hoje domina o fundamentalismo da igualdade.
Se nos recostarmos e pensarmos sem preconceitos de qualquer tipo, é perfeitamente legítimo que diferentes raças tenham diferentes propensões para fazer coisas diferenciadas; parece-me razoável admitir que possa haver raças com um código genético intelectualmente menos "capaz" do que outras. Não vejo porque esse raciocínio seja racista. E o homem sabe do que fala, sem dúvida... se a ciência estiver do lado dele, o que é realmente grave e injusto será discriminar a pessoa por ela assumir as suas descobertas científicas e agarrarmo-nos cegamente à crença de que todas as raças têm as mesmas capacidades só porque é assim que o mundo deve ser... Infelizmente a própria natureza é discriminatória e injusta e até é fácil perceber como noutras espécies o raciocínio do Dr. Watson se aplica - sabemos todos ou não que há raças de cães com mais propensão para a busca, outras com mais propensão para a caça, outras mais carinhosas, outras com mais facilidade para comunicar com homem, etc.? E não sejamos fundamentalistas ao ponto de julgarmos a natureza humana tão superior à do cão, de tal forma que conseguimos sobrepor-nos aos desmandos da natureza.

F disse...

Caro "Anónimo",

Desde já, quero esclarecer que não queria tornar esta uma discussão muito científica porque não estou habilitada a fazê-lo.

Ainda assim, meu caro [dava-me jeito ter um nome], há coisas que me parecem muito inaceitáveis. E uma delas é este tipo de (vou ser muito simpática) abuso de linguagem. Há uma diferença enorme entre o que é a propensão para alguma disciplina/tarefa/coisa até à àquilo que é, chamar-lhe-ei, a "inteligência potencial". O Sr. Watson não estava a referir-se à primeira ou, pelo menos, chamou-lhe a segunda e no seu comentário, meu caro, as duas misturam-se como se fossem a mesma. E não são.

Eu não acredito que o Sr. Watson tenha razão naquilo que disse. Por motivos vários: relações estatísticas espúrias, factores sócio-económicos não tidos em conta - vd. post no Diário do Tiago (http://pif-paf.blogspot.com/)...

Eu, sem preconceitos, meu caro, nem sequer utilizo palavras como raça nos humanos. Porque me parece que, cientificamente, não fazem muito sentido.

E eu, sem preconceitos, com muita aptência para algumas coisas, tenho dificuldade em aceitar este tipo de conclusão que mostra que misturar conceitos dá asneira. Como tenho dificuldade em manter uma altercação de ideias com alguém de quem não sei o nome. Mas talvez isso seja só eu e o meu código genético intelectualmente menos capaz.

Anónimo disse...

Apesar de não aceitar na generalidade o alegado pelo “caro anónimo” tenho de concordar que a ditadura do “politicamente correcto” é cada vez mais isso mesmo: uma ditadura! A opinião extrema, diversa, hiperbolizada ou omissa sobre um qualquer tema é [analisada] com grande desconfiança e normalmente acompanhada por um juízo negativo que inquina, de forma imediata, uma possível “altercação de ideias”!
Dito isto, parece-me que a [revelação com pretensão a verdade científica] do Dr. Watson não passa de facto de uma expressão de racismo. Racismo, pois desde logo a conclusão que o senhor retirou pouco ou nada tem de científico, desde logo porque a amostra não é neutra! Obviamente, não me custa admitir que se compararmos 5, 10, 50, 100 ou 1000 indivíduos brancos, ocidentais com 5, 10, 50, 100 ou 1000 indivíduos negros de África, eventualmente poder-se-á chegar a uma conclusão parecida com a do Dr. Watson. No entanto, os factores diferenciadores nenhuma relação têm com a genética! Aqui remeto para o “comment” da F. Transformar esta “opinião” do senhor e a consequente censura a que a mesma foi votada numa questão de “igualdade” e “discriminação” será ir um pouco longe demais.
“Caro anónimo”, e apesar de simpatizar por natureza com as “opiniões difíceis”, parece-me que a sua não passa da concretização de uma verdadeira crença na desigualdade entre seres [humanos]. Mais simplesmente, trata-se de racismo sec.XXI mesclado com uns conceitos “sci-fi” aptos a “maquilhar” o verdadeiro conteúdo do defendido!
E por favor, deixe os cães fora disto!!!
Man [on the moon]