Pensamentos líquidos 63

Radiohead vistos à luz do novo álbum

Muitas coisas merecem ser escritas após reflexão. Mas se se pensar muito, perde-se a oportunidade. E eu já estou atrasada. E logo depois da minha última homenagem.

Há algum tempo atrás ouvi que os Radiohead não tinham editora para o novo álbum. Puzzlement. Rumores. Nos meus dias em Londres descobri finalmente. Atrasada. Mas finalmente.

Há uma semana atrás, os Radiohead anunciaram que o seu novo álbum «In rainbows» estaria disponível no seu website a partir de 10 de Outubro (amanhã). Sem editora pelo meio. Sem nada, para além dos cinco magníficos, e uns advogados, creio. Qualquer pessoa pode abrir o site e comprar o álbum (download ou discbox). Isto já é curioso. Mas é só a ponta do iceberg. É que os 70 % abaixo da água dizem que o preço (no caso de download) é decidido exclusivamente pelo comprador. E pode ser exactamente igual a 0£. Sim, é verdade.

É por isto que este deveria ser um post com mais reflexão porque não sei muito bem o que acho disto. Foi uma decisão dos Radiohead, consciente, decerto, logo não posso achar mal. Mas o modelo de distribuição? Bem, aqui ainda é fácil, porque detesto, visceralmente, pensar que quem tem a parte artística, criativa, de algo pode ganhar menos (ou o mesmo ou até pouco mais) do que quem distribui ou promove. Portanto, se não querem ter editora, apoio. Não funciona para todos, é certo. Mas, claro, funciona para bandas como os Radiohead. E, a parte mais curiosa, o preço? Sobre o preço não sei. É que é demasiado tentador pagar… nada. Mas um preço livre também permite pagar o preço justo. Mas determinado só pelo comprador.

E agora todos…

- “Cara F., quanto é que vais pagar pelo álbum?”

Provavelmente nada pelos downloads. É que eu sou uma rapariga que gosta de coisas físicas. E quero mesmo a discbox. Ah… E também sei que vou pagar o preço que me pedirem por um bilhete para um concerto deles. Porque ouvi dizer que se aproxima uma tournée fantástica em 2008.

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