Sobre ténis e talento
Desde que me lembro do Lleyton Hewitt no circuito, lembro-me também da minha admiração por ele. Pelo modo como com os seus «C’mon» se auto-motivava, pelo modo como conseguia dar a volta às dificuldades, pelo modo como se mexia em court; em suma, pelo ténis sólido. Depois dos resultados brilhantes em Wimbledon e no US Open, por motivos vários, mas principalmente, lesões, o Hewitt deixou de estar no Top 5 como era hábito. Continuo a gostar muito dele e por isso ontem continuei a torcer por ele enquanto jogava contra o Andy Roddick.
Mas não posso deixar de admitir. Há jogadores com mais talento que outros. O Andy, por exemplo, tem um serviço potentíssimo, uma direita mortífera e, a jogar como ontem, até uma esquerda descruzada… o Andy pertence àqueles que considero os talentosos. O Lleyton não. Pode ter a melhor resposta do circuito, mas não tem a gama de pancadas bonitas que outros jogadores têm; vale-lhe o lob para um ar da sua graça. Mas não deixa por isso de merecer a minha admiração.
Há outros jogadores talentosos. O inevitável Marat Safin que esbanja talento a cada passo que dá. Diria mesmo que é o único jogador que, se fizesse jus ao que é, poderia bater-se de igual com o Federer. O Tommy Haas ganhou em cinco sets ao Marat.
O Nadal também não é um jogador com o talento do Safin ou do Federer. É um jogador muito peculiar. Talento q.b., mas não o classificaria como um “jogador de classe”. Ainda assim é normalmente eficaz e muito forte fisicamente. Uma garra à Hewitt. Por isso não posso negar a minha desilusão quando o Rafa se desconcentrou daquele modo e ofereceu a partida ao Youzhny, mas sim, ainda tem muito para melhorar.
Depois temos o Federer. Bem, o Federer passeia classe. É um jogador de todas as pancadas. É demasiado bom. É daqueles jogadores que pode jogar mal e ganhar. Porque o mau dele é o muito bom de muitos. Pessoalmente, acho que se ele melhorasse um bocadinho a condição física, seria o super-homem do ténis. E conseguiria defender-se das bolas para os pés com que o Nadal gosta de o atacar!
Entre os jogadores de talento lembro-me ainda do Gasquet, do próprio Youzhny ou do Paul-Henri Mathieu. Jogadores com algumas pancadas muito bonitas. Nem sempre são os mais eficazes. De qualquer modo, como gosto tanto de ténis, gosto muito que eles estejam lá.
Completando o ciclo. Ontem, por exemplo, o Hewitt não poderia ganhar. Ele não jogou mal. Ele só não teve argumentos para aquele Roddick, porque o Roddick tem mais pancadas do que ele e é mais versátil. E também passou um bocadinho por aqui a derrota do Nadal. Ainda que o Nadal tenha ainda um longo caminho para trabalhar o talento que tem. As pancadas de classe do Youzhny fizeram resvalar o Nadal para todos aqueles erros não forçados.
Só fico um bocadinho frustrada porque gostava de ver uma grande final… talvez o Andy esteja à altura, espero que sim, espero que o Federer tenha que suar um bocadinho para ganhar este US Open. Porque as coisas têm pouca graça neste circuito de ténis se não forem em terra batida ou se alguém, com argumentos suficientes, fizer frente ao Federer. Não por falta de competitividade e bom jogos no circuito masculino, só por… monotonia Federeriana.
Desde que me lembro do Lleyton Hewitt no circuito, lembro-me também da minha admiração por ele. Pelo modo como com os seus «C’mon» se auto-motivava, pelo modo como conseguia dar a volta às dificuldades, pelo modo como se mexia em court; em suma, pelo ténis sólido. Depois dos resultados brilhantes em Wimbledon e no US Open, por motivos vários, mas principalmente, lesões, o Hewitt deixou de estar no Top 5 como era hábito. Continuo a gostar muito dele e por isso ontem continuei a torcer por ele enquanto jogava contra o Andy Roddick.
Mas não posso deixar de admitir. Há jogadores com mais talento que outros. O Andy, por exemplo, tem um serviço potentíssimo, uma direita mortífera e, a jogar como ontem, até uma esquerda descruzada… o Andy pertence àqueles que considero os talentosos. O Lleyton não. Pode ter a melhor resposta do circuito, mas não tem a gama de pancadas bonitas que outros jogadores têm; vale-lhe o lob para um ar da sua graça. Mas não deixa por isso de merecer a minha admiração.
Há outros jogadores talentosos. O inevitável Marat Safin que esbanja talento a cada passo que dá. Diria mesmo que é o único jogador que, se fizesse jus ao que é, poderia bater-se de igual com o Federer. O Tommy Haas ganhou em cinco sets ao Marat.
O Nadal também não é um jogador com o talento do Safin ou do Federer. É um jogador muito peculiar. Talento q.b., mas não o classificaria como um “jogador de classe”. Ainda assim é normalmente eficaz e muito forte fisicamente. Uma garra à Hewitt. Por isso não posso negar a minha desilusão quando o Rafa se desconcentrou daquele modo e ofereceu a partida ao Youzhny, mas sim, ainda tem muito para melhorar.
Depois temos o Federer. Bem, o Federer passeia classe. É um jogador de todas as pancadas. É demasiado bom. É daqueles jogadores que pode jogar mal e ganhar. Porque o mau dele é o muito bom de muitos. Pessoalmente, acho que se ele melhorasse um bocadinho a condição física, seria o super-homem do ténis. E conseguiria defender-se das bolas para os pés com que o Nadal gosta de o atacar!
Entre os jogadores de talento lembro-me ainda do Gasquet, do próprio Youzhny ou do Paul-Henri Mathieu. Jogadores com algumas pancadas muito bonitas. Nem sempre são os mais eficazes. De qualquer modo, como gosto tanto de ténis, gosto muito que eles estejam lá.
Completando o ciclo. Ontem, por exemplo, o Hewitt não poderia ganhar. Ele não jogou mal. Ele só não teve argumentos para aquele Roddick, porque o Roddick tem mais pancadas do que ele e é mais versátil. E também passou um bocadinho por aqui a derrota do Nadal. Ainda que o Nadal tenha ainda um longo caminho para trabalhar o talento que tem. As pancadas de classe do Youzhny fizeram resvalar o Nadal para todos aqueles erros não forçados.
Só fico um bocadinho frustrada porque gostava de ver uma grande final… talvez o Andy esteja à altura, espero que sim, espero que o Federer tenha que suar um bocadinho para ganhar este US Open. Porque as coisas têm pouca graça neste circuito de ténis se não forem em terra batida ou se alguém, com argumentos suficientes, fizer frente ao Federer. Não por falta de competitividade e bom jogos no circuito masculino, só por… monotonia Federeriana.
1 comentário:
Esta posta não pode ir sem riposta.
Ok, eu já percebi que gostas de jogadores caceteiros, desde que sejam fuções até às últimas consequências. Lá está, o Nadal e o Hewitt são os vitoriosos desse campeonato. Pessoalmente, o Leitão, e cuidado com a confusão zoófila a que isto pode dar azo, parece-me um mosquito. Daqueles muito irritantes, sempre a zumbir dum lado para o outro e que não desistem de chatear um gajo. Então quando solta os “c’mon” só apetece aplicar a tamancada e deixá-lo colado à parede. Embora o Nadal seja bem melhor que o canguru, também me parece azeiteiro à brava quando se põe com os “Vamos” de punho erguido a exibir os bíceps de trolha. Então os ténis (sapatilhas em Leiriense) que têm as palavras de ordem estampadas nem se fala…
Mas que tu gostes destes dois, eu até compreendo. Significa que gostas da raça, dos lutadores. Eu vou mais para a técnica e classe e, por isso, ao mesmo tempo que me assumo desde já como alguém muito suspeito para deixar o interminável comentário que aqui vou deixar, sou um fã incontestável do Federer. Como sou do Safin. Do Agassi. Ou do Youzhny que deve começar a jogar daqui a pouco.
Agora associar o Roddick a talento é que, por muito que tente, não consigo conceber. Isso é quase o mesmo que dizer que a Cicciolina é virgem. Já agora, deixo aqui umas referências (vulgo, títulos dos textos porque o gajo não põe as datas e não deixa copiar o link para um texto específico) para veres o que o maradona escreveu sobre isto no “A causa foi modificada”: “Cão”, “tu andas sempre descalço” e “wdaar”. Está lá tudo o que eu sempre quis dizer mas nunca tive coragem.
E agora vou-me colar ao televisor e rezar para que o Roddick perca.
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