Taxa de suicídio no exército norte-americano
Algumas coisas merecem reflexões com tempo. Infelizmente, aquilo que não tenho tido nas últimas semanas é tempo. De qualquer modo, num princípio de best effort, fica aqui, uma tentativa de reflexão.
Cruzei-me, há uns dias atrás, com uma notícia no NY Times, sobre a taxa de suicídio no exército norte-americano. Segundo um relatório oficial, esta taxa foi, no último ano, a mais alta desde há vinte anos atrás o que, de acordo com uma psiquiatra, consultora do exército, não está relacionada com a vida profissional destas pessoas, mas sim com a sua vida íntima. Por acaso, a maior parte destas pessoas estiveram ou estão envolvidos nas forças militares deslocadas no Afeganistão e no Iraque. Só por acaso.
Sem discutir as intervenções norte-americanas em vários conflitos armados nas últimas décadas nem discutir as motivações de alguém que decide ingressar numa força militar; parece-me que esta consequência é, no mínimo, aquilo a que eles gostam de chamar «dano colateral». Eu não consigo imaginar o que é viver num clima de guerra, não consigo imaginar o que é lidar com mortes de guerra, não consigo perceber sequer qual deve ser o sofrimento envolvido. A mim, já só me chega a revolta. A dificuldade em aceitar que pessoas provoquem, gratuitamente, tanto sofrimento a outras pessoas. Porque mesmo assumindo (estou a tomá-lo como hipótese, ok?) que estas intervenções foram justificadas, “justas”, a decisão de as fazer negligenciou (e negligencia sempre) o impacto que esta violência tem em cada pessoa.
Eu acho que, em tudo, cada pessoa é sempre o mais importante. Nunca “um povo”, nunca “um grupo social”, nunca uma “etnia”. Sempre cada pessoa. Que pode eventualmente “pertencer” a um destes grupos. Mas quando se sofre, sofre-se sozinho. E quando alguém se suicida porque não consegue, não tem, não pode, aguentar mais; quando alguém se suicida assim, suicida-se sozinho…
É curioso porque há muito pouco tempo tive uma conversa interessantíssima sobre «filmes de guerra» e falámos de dois filmes que, sendo de guerra, eram filmes de pessoas, filmes de reflexão, de análise do impacto que a guerra tem sobre cada um. Se ainda não viram e, mesmo que não gostem de filmes de guerra (como eu), aconselho-vos o “The thin red line” do Terrence Malick e o "Apocalipse Now" do Francis Ford Coppola.
Algumas coisas merecem reflexões com tempo. Infelizmente, aquilo que não tenho tido nas últimas semanas é tempo. De qualquer modo, num princípio de best effort, fica aqui, uma tentativa de reflexão.
Cruzei-me, há uns dias atrás, com uma notícia no NY Times, sobre a taxa de suicídio no exército norte-americano. Segundo um relatório oficial, esta taxa foi, no último ano, a mais alta desde há vinte anos atrás o que, de acordo com uma psiquiatra, consultora do exército, não está relacionada com a vida profissional destas pessoas, mas sim com a sua vida íntima. Por acaso, a maior parte destas pessoas estiveram ou estão envolvidos nas forças militares deslocadas no Afeganistão e no Iraque. Só por acaso.
Sem discutir as intervenções norte-americanas em vários conflitos armados nas últimas décadas nem discutir as motivações de alguém que decide ingressar numa força militar; parece-me que esta consequência é, no mínimo, aquilo a que eles gostam de chamar «dano colateral». Eu não consigo imaginar o que é viver num clima de guerra, não consigo imaginar o que é lidar com mortes de guerra, não consigo perceber sequer qual deve ser o sofrimento envolvido. A mim, já só me chega a revolta. A dificuldade em aceitar que pessoas provoquem, gratuitamente, tanto sofrimento a outras pessoas. Porque mesmo assumindo (estou a tomá-lo como hipótese, ok?) que estas intervenções foram justificadas, “justas”, a decisão de as fazer negligenciou (e negligencia sempre) o impacto que esta violência tem em cada pessoa.
Eu acho que, em tudo, cada pessoa é sempre o mais importante. Nunca “um povo”, nunca “um grupo social”, nunca uma “etnia”. Sempre cada pessoa. Que pode eventualmente “pertencer” a um destes grupos. Mas quando se sofre, sofre-se sozinho. E quando alguém se suicida porque não consegue, não tem, não pode, aguentar mais; quando alguém se suicida assim, suicida-se sozinho…
É curioso porque há muito pouco tempo tive uma conversa interessantíssima sobre «filmes de guerra» e falámos de dois filmes que, sendo de guerra, eram filmes de pessoas, filmes de reflexão, de análise do impacto que a guerra tem sobre cada um. Se ainda não viram e, mesmo que não gostem de filmes de guerra (como eu), aconselho-vos o “The thin red line” do Terrence Malick e o "Apocalipse Now" do Francis Ford Coppola.
Sem comentários:
Enviar um comentário