Ciclo F - Silêncio
Detesto-te tanto como tanto já te amei. Porque tarda a estocada final? Desfere o golpe derradeiro, enterra fundo no meu corpo a morte deste sentimento. Mas não sejas tão cruel como agora. Um prego. Um prego. Outro prego. E do meu sangue espesso escorre somente uma gota. ______________________________ Nenhum som. _____ e uma dor ______________________ goteja muito lentamente. Nunca será suficiente para matar.
Detesto-te tanto e mesmo assim. Só tarda o que sei existir porque me recuso a aceitá-lo. Como agulhas finas de dor. Sou um boneco vivo de voodoo. Nas tuas mãos. Um prego. Outro prego. E continuo sem encarar a verdade dos actos. _________________ Nenhum som. Gotejar silencioso, permite que o sangue se recrie e mantém-me num estado de morta-viva.
Detesto-te tanto mas não consigo. Não consigo deixar de te querer. Mesmo enganando o meu respeito por mim, traindo o meu orgulho de sobrevivente. E ainda outro prego. Outro prego. E mesmo com um silêncio de morte... ________________ Mesmo assim, não deixo de imaginar cenários proibidos. Por ti. Cenários idílicos que me deixei alimentar mesmo depois de cortar o amor. Retalhos.
Detesto-te tanto e tão incoerentemente. Sou composta de retalhos unidos pelos pregos que enterras na minha carne. Lentamente. É a dor que me mantém conexa. A tua crueldade que me mantém de pé. Mas um silêncio. _____________________ Um silêncio que me assusta. Tenho medo de não conseguir continuar. Neste silêncio. Enquanto outro prego. Cada vez mais fundo. E eu imune. Mas não à dor.
Detesto-te tanto e, no entanto. Se voltasses a olhar-me daquele modo e partilhássemos as palavras que antes eram só nossas. Sim, se voltássemos a criar o impossível engoliria os pregos de sangue e colaria os retalhos toscos até cantar sobre esse silêncio.
Detesto-te tanto como tanto já te amei. Porque tarda a estocada final? Desfere o golpe derradeiro, enterra fundo no meu corpo a morte deste sentimento. Mas não sejas tão cruel como agora. Um prego. Um prego. Outro prego. E do meu sangue espesso escorre somente uma gota. ______________________________ Nenhum som. _____ e uma dor ______________________ goteja muito lentamente. Nunca será suficiente para matar.
Detesto-te tanto e mesmo assim. Só tarda o que sei existir porque me recuso a aceitá-lo. Como agulhas finas de dor. Sou um boneco vivo de voodoo. Nas tuas mãos. Um prego. Outro prego. E continuo sem encarar a verdade dos actos. _________________ Nenhum som. Gotejar silencioso, permite que o sangue se recrie e mantém-me num estado de morta-viva.
Detesto-te tanto mas não consigo. Não consigo deixar de te querer. Mesmo enganando o meu respeito por mim, traindo o meu orgulho de sobrevivente. E ainda outro prego. Outro prego. E mesmo com um silêncio de morte... ________________ Mesmo assim, não deixo de imaginar cenários proibidos. Por ti. Cenários idílicos que me deixei alimentar mesmo depois de cortar o amor. Retalhos.
Detesto-te tanto e tão incoerentemente. Sou composta de retalhos unidos pelos pregos que enterras na minha carne. Lentamente. É a dor que me mantém conexa. A tua crueldade que me mantém de pé. Mas um silêncio. _____________________ Um silêncio que me assusta. Tenho medo de não conseguir continuar. Neste silêncio. Enquanto outro prego. Cada vez mais fundo. E eu imune. Mas não à dor.
Detesto-te tanto e, no entanto. Se voltasses a olhar-me daquele modo e partilhássemos as palavras que antes eram só nossas. Sim, se voltássemos a criar o impossível engoliria os pregos de sangue e colaria os retalhos toscos até cantar sobre esse silêncio.
Fevereiro de 2006
2 comentários:
(dolorosamente) belo ...
Obrigada, Sara.
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