Ainda não escrevi aqui sobre a IVG por um motivo cobarde e estúpido. Medo de não fazer um post suficientemente bom. Não pode ser, e mesmo que valha zero, há coisas que precisam de ser gritadas. Este é o post do grito.
Não mais é suficiente dizer que não se concorda, dizer baixinho porquê, dizer alto porquê, dizer só. É preciso gritar, é preciso que não se deixe mais utilizar argumentos idiotas, falaciosos, preconceituosos e, quase sempre, dogmáticos.
Eu também tenho coisas sagradas. A vida é, sem dúvida, uma delas. E principalmente por isto é que é, para mim, tão importante permitir-se a Interrupção VOLUNTÁRIA da Gravidez (IVG). Já perceberam que a palavra importante aqui é voluntária, não já? O meu domínio sobre mim é das coisas mais sagradas que posso ter: como é que alguém pode ter sequer a veleidade de achar que sabe escolher melhor do que eu o que é melhor para mim? Só esta ideia é de uma violência atroz. A arrogância de se achar que as outras pessoas são inconscientes que, não só não sabem o que é melhor para elas, mas não pensam sequer na consequência do que fazem é só isso: arrogância que se quer fazer passar por pura, que gosta de se mascarar com pseudo-argumentos científicos (peço desde já desculpa por utilizar esta palavra; é só para me fazer entender) mas que é na verdade uma sucessão falaciosa de palavras.
Se querem que eu seja mesmo, mesmo, sincera; posso dizer-vos que respeito mais os argumentos religiosos; pelo menos daí não aparecem enganos – todos sabem que partem de dogmas e contra esses, batatas. Resta aos que se opõem questionaram os dogmas e assim quebrar os argumentos. Racionalmente.
Também já devem ter reparado que há fetos, embriões, seja o que forem de primeira, de segunda, de… consoante sejam de relações livres ou de violações. E depois ainda há a separação entre fetos com deficiências visíveis ou não. Não me parece que o argumento da dor que o feto/embrião sente seja muito discriminante com a relação sexual que lhe deu origem, ou mesmo com as deficiências que eventualmente depois terá…É engraçado como ultimamente têm voltado a aparecer aqueles mails com imagens de fetos. Imagens surpreendentes, achievements cirúrgicos, tudo com o dedinho da manipulação por detrás. Estas manipulações de consciência enojam-me e, bem, também as pessoas que se deixam manipular.
Para mim a questão será sempre a da ESCOLHA (voluntária, lembram-se). De uma pessoa (que sabe que o é, tem consciência de si) decidir o que fazer com o seu corpo.
Remeto-vos para os posts do Henrique, do Boss... de muitas pessoas que já andam a gritar há algum tempo. E que escreveram o que eu gostava de ter escrito. Noto que no blog Renas e Veados há um conjunto muito interessante de links sobre o tema.
Não mais é suficiente dizer que não se concorda, dizer baixinho porquê, dizer alto porquê, dizer só. É preciso gritar, é preciso que não se deixe mais utilizar argumentos idiotas, falaciosos, preconceituosos e, quase sempre, dogmáticos.
Eu também tenho coisas sagradas. A vida é, sem dúvida, uma delas. E principalmente por isto é que é, para mim, tão importante permitir-se a Interrupção VOLUNTÁRIA da Gravidez (IVG). Já perceberam que a palavra importante aqui é voluntária, não já? O meu domínio sobre mim é das coisas mais sagradas que posso ter: como é que alguém pode ter sequer a veleidade de achar que sabe escolher melhor do que eu o que é melhor para mim? Só esta ideia é de uma violência atroz. A arrogância de se achar que as outras pessoas são inconscientes que, não só não sabem o que é melhor para elas, mas não pensam sequer na consequência do que fazem é só isso: arrogância que se quer fazer passar por pura, que gosta de se mascarar com pseudo-argumentos científicos (peço desde já desculpa por utilizar esta palavra; é só para me fazer entender) mas que é na verdade uma sucessão falaciosa de palavras.
Se querem que eu seja mesmo, mesmo, sincera; posso dizer-vos que respeito mais os argumentos religiosos; pelo menos daí não aparecem enganos – todos sabem que partem de dogmas e contra esses, batatas. Resta aos que se opõem questionaram os dogmas e assim quebrar os argumentos. Racionalmente.
Também já devem ter reparado que há fetos, embriões, seja o que forem de primeira, de segunda, de… consoante sejam de relações livres ou de violações. E depois ainda há a separação entre fetos com deficiências visíveis ou não. Não me parece que o argumento da dor que o feto/embrião sente seja muito discriminante com a relação sexual que lhe deu origem, ou mesmo com as deficiências que eventualmente depois terá…É engraçado como ultimamente têm voltado a aparecer aqueles mails com imagens de fetos. Imagens surpreendentes, achievements cirúrgicos, tudo com o dedinho da manipulação por detrás. Estas manipulações de consciência enojam-me e, bem, também as pessoas que se deixam manipular.
Para mim a questão será sempre a da ESCOLHA (voluntária, lembram-se). De uma pessoa (que sabe que o é, tem consciência de si) decidir o que fazer com o seu corpo.
Remeto-vos para os posts do Henrique, do Boss... de muitas pessoas que já andam a gritar há algum tempo. E que escreveram o que eu gostava de ter escrito. Noto que no blog Renas e Veados há um conjunto muito interessante de links sobre o tema.
Por isso agora só quero propor que se grite mais alto e que, desta vez, seja impossível, por falta de voz, pôr-se um travão à razão. Para mim já não é suficiente ir a manifestações de contestação e apoiar movimentos como Women on Waves. É preciso não deixar que o resultado do último referendo volte a acontecer. [Sim, também acho que isto devia ter passado directamente na AR, mas depois da asneira do último referendo, compreendo que este tenha que ser o caminho a seguir].
Sei que este post não está muito bem escrito. Mas isto irrita-me de tal modo, choca-me de tal modo, que deixo cair requisitos semânticos que faria prevalecer noutros posts. Não faz mal. Desde que o grito tenha sido suficiente. Digo-vos. Espero conseguir gritar mais aqui do que o que cantei no último concerto dos Pearl Jam e olhem que não me calei o tempo todo.
Sei que este post não está muito bem escrito. Mas isto irrita-me de tal modo, choca-me de tal modo, que deixo cair requisitos semânticos que faria prevalecer noutros posts. Não faz mal. Desde que o grito tenha sido suficiente. Digo-vos. Espero conseguir gritar mais aqui do que o que cantei no último concerto dos Pearl Jam e olhem que não me calei o tempo todo.
5 comentários:
Para mim a questão sempre foi estranhamente clara: mais liberdade individual é sempre preferívell a menos, quando as causas e consequências são fundamentalmente individuais. Assim quem se vê a braços com essa decisão tem que enfrentar a sua conciência. Nem mais...nem menos.
PS: sou o 1001! Lá se vai a minha esperança de te pedir para esrever um referee report : )
A menina desculpe mas é aqui que se assina de cruz...?
Concordo a 100%!
o E.
Fico muito contente por ter comentários tão positivos a este post. É importante.
Sara, tens o direito de, se quiseres pedir o texto. Eu assumo que, depois de deixar um post, cliquei em "view blog" o que, inintencionalmente, me tornou na visitante 1 000.
Como eu te percebo essa necessidade de se ser perfeito naquilo que consideramos muito importante... Necessidade que, em busca da impossível imperfeição, nos deixa, muitas vezes, perante o "nada"!...
Concordo com quase tudo o que escreveste. Um dia destes, numa conversa nocturna muito interessante, discuti as minhas inseguranças acerca da IVL, no que diz respeito à sua futura regulamentação (p. ex., devemos descurar a opinião do homem?).
Mas quanto ao referendo, não, não tenho dúvidas! DIGO SIM!
E, desta vez, ninguém pode ficar em casa!
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