Nos últimos dias tenho-vos mostrado citações de um livro. Um livro escrito por um “happiness seeker”, mas também um “happiness thinker” – Eric Weiner. Um livro de um leigo sobre o estudo da felicidade. Um livro delicioso.
O estudo da felicidade não é, nas ciências sociais, um campo de pensamento muito antigo, ainda que pareça. Talvez por ter sido sempre um tema de interesse à filosofia… mas na sociologia, na antropologia, na psicologia, sempre se privilegiou o estudo do comportamento e não das relações causais entre as variáveis de interesse e a felicidade. Ramos pouco reconhecidos da economia tentaram, nas últimas décadas, explorar essa relação. Mas parece-me que os economistas mainstream continuam a achar que estes são ramos pouco legítimos desta ciência.
Para mim, que estou farta de macro, de micro, de política monetária e, acima de tudo, de finanças, adoro a ideia de ter a economia penetrada por ideias tão subtis e interessantes como o estudo da felicidade. Daquilo que investiguei, o centro europeu abarca a maior parte dos economistas estudiosos da felicidade: Holanda, Suiça… e é curiosamente na Holanda que o livro de Weiner começa: nos dados que existem sobre a relação entre geografia e felicidade.
Weiner permite-nos embarcar numa viagem absolutamente incrível. Pelo menos, eu embarquei com ele. Talvez seja algo muito inato: como Weiner diria, eu sou, provavelmente, uma desadequada cultural, uma emigrante hedónica. Mas independentemente do que qualquer um de vós é, acho importante dizer-vos: leiam, nem que seja por curiosidade: vão viajar da Holanda aos Estados Unidos, passando por sítios tão diversos como o Qatar, o Butão, a Moldávia, a Islândia ou a Índia. E vão ver que sendo ou não emigrantes hedónicos, podem sempre ser curiosos hedónicos. E ainda que não fiquem com a curiosidade aplacada, ficarão decerto mais ricos. Hedonicamente.